Vivemos em uma sociedade imediatista em que tudo acaba sendo para “ontem”. Hoje o que mais percebo entre conhecidos e amigos é a resposta “Estou na correria, mas está tudo bem” à pergunta de “Como você está?”.
O tempo não para, já dizia Cazuza, mas será que nós também não podemos parar, pausar, desacelerar? Será que temos que andar na mesma direção do tempo? Qual o tempo de cada um? Isso mesmo, cada um tem seu tempo, de elaborar lutos, de encontrar respostas, ou não, para alguns questionamentos da vida e acho que uma das questões mais importantes: Tempo para VIVER! Ou será que você está apenas [SOBRE]VIVENDO neste mundo?
“Eu queria mais tempo”, essa é uma das outras falas que encontro com bastante frequência entre pacientes, amigos e familiares. Então coloco aqui uma reflexão para vocês: O que você faria se tivesse mais tempo em sua vida? Como administraria ele? Repetiria o seu padrão ou mudaria a forma de viver?
Percebo no consultório que muitas pessoas têm buscado uma forma de escape (fuga) totalmente disfuncional e não saudável. Como assim? Elas têm mascarado seu sofrimento seja com bebidas, comida, compras e tudo em excesso, de forma deliberada. Falar sobre o que se sente tem sido cada vez mais desafia – DOR, mas de ordem extremamente necessária neste mundo acelerado e cheio de estímulos.
A terapia entra neste processo e por uma dessas razões tem sido sabotada pelo sujeito. No momento de uma análise psicológica, a pessoa não apenas começa a ter consciência sobre a forma em que vive, mas também sobre se ESCUTAR e lógico, ser ESCUTADA também.
Esse texto vem com intuito de se fazer pensar sobre as condições e formas de viver. Por que desacelerar tem sido tão negligenciado? Por que estar “na correria” tem sido algo valorizado? Está aí, uma reflexão para esse tic-tac da VIDA!