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Tempos difíceis: é importante cuidar da saúde mental com uma alimentação saudável

Tempos difíceis: é importante cuidar da saúde mental com uma alimentação saudável
Tereza Paim - Cozinheira, pesquisadora e apaixonada pela cozinha baiana

Tereza Paim - Cozinheira, pesquisadora e apaixonada pela cozinha baiana

05/05/2021 11:00am

Existe uma relação essencial entre alimentação e saúde mental, e não é novidade para ninguém que o consumo de alimentos saudáveis traz inúmeros benefícios para nossa saúde. Para a ciência, há décadas, já está bem estabelecida essa relação e cada dia mais a própria sociedade vem absorvendo essas práticas alimentares, em que comer não é só matar a fome e tampouco só a obtenção de prazer imediato. 

Assim, a Nutrologia vem ganhando espaço entre médicos a partir de diversas pesquisas que vêm mostrando fortes evidências de que a nutrição tem, sim, implicação na incidência de distúrbios neurológicos e psiquiátricos. 

Considerando o momento em que a depressão e a ansiedade estão entre as doenças mais prevalentes em todo o planeta e que elas têm uma correlação importante com aquilo que colocamos no prato, os tratamentos que relevarem a perspectiva nutricional podem oferecer um diferencial muito importante. Inclusive no âmbito mental, quando não ingerimos alguns nutrientes fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo, estamos nos submetendo a riscos; mas a coisa é muito mais complexa do que parece. 

Segundo estudos médicos, a deficiência de algumas substâncias, como as vitaminas, pode ser bastante nociva. A falta de B12 está ligada à fadiga, à letargia e até à psicose, enquanto baixos níveis de niacina estão relacionados com os quadros de demência, e pouco ácido fólico pode predispor a malformações neurais em fetos e depressão em adultos. 

Está comprovado que alguns nutrientes conseguem auxiliar em atividades neuroquímicas, reduzindo, assim, as chances ou minimizando os efeitos de alguns transtornos mentais. Entre os componentes mais estudados, a ciência aponta o ômega 3, o zinco, o magnésio, o selênio, a vitamina D, o complexo B, os polifenóis, os aminoácidos e alguns mais. 

Lidamos também com o aumento da incidência de alguns transtornos alimentares na sociedade moderna. As causas disso são multifatoriais, mas podemos elencar alguns motivos importantes como o aumento na ingestão de alimentos industrializados, o sedentarismo e outros hábitos ruins. Temos ainda o culto ao emagrecimento, que favorece o surgimento de problemas graves como a bulimia e a anorexia, sobretudo em mulheres. Para completar, temos a vigorexia, que embora ainda não possa ser definida estritamente como um quadro de transtorno alimentar, não deixa de ser um comportamento obsessivo-compulsivo pela obstinação em obter músculos e pelo consumo de medicamentos para isso, como os anabolizantes. 

Assim, podemos ter a certeza de que a alimentação e a saúde mental andam lado a lado, e é comum vermos algumas pessoas e até mesmo certos profissionais afirmando que escolhas alimentares saudáveis podem dispensar o tratamento adequado. 

Uma dieta rica em opções integrais, frutas da estação, legumes, verduras, cortes magros, leguminosas e nozes, logicamente, fornece os nutrientes que o seu cérebro precisa e ajuda em sua saúde mental. É também recomendável ficar longe do açúcar, conservantes, gordura hidrogenada e do excesso de sódio. 

Finalmente, como tudo na vida, há o lado bom dessa história, é que não precisamos fugir muito ao que todo mundo já sabe: reduzir comida pronta e apostar no frescor! Quer ajuda? Busque um médico da área da Medicina Integrativa, com certeza, ele te ajudará a rever os seus padrões alimentares e você terá mais saúde física e mental.