A rapadura é doce, mas não é mole não

A minha escola de vida sempre teve como marca o gosto pelo trabalho, foi assim que me  criei vendo meu pai Fernando Carvalho, trabalhando a vida toda e se realizando. Acredito na força do trabalho capaz de transformar situações, contribuir com o entorno e colocar projetos e sonhos de pé. 

Estudei no IEJ e no Colégio Antônio Vieira, foi lá que conheci Carmen, minha mulher, e hoje somos uma família com três filhos, Pedro, Paula e Ana Vitória, trigêmeos de 21 anos.  Ingressei na EAEB(Trabuco) no curso de administração de empresas e não concluí porque desde cedo fui para a Publivendas, hoje Morya, agência de publicidade de meu pai. Desde então já se vão 36 anos, a minha vida tem sido na publicidade. Retomei ao curso universitário, depois de velho(rsrsr), especialmente para dar o exemplo aos meus filhos, e me formei em 2017 em Comunicação e Marketing pela UNIFACS. 

Meu pai é meu farol e seu DNA está presente na minha vida e na Morya, desde sua fundação em 10/07/1956, como inspiração permanente, ele me ensinou que “o pouco com Deus é muito”, “ninguém é 99% honesto”, “quem tudo quer nada tem”, “não se oferece aquilo que não se aceita”. 

A Morya foi minha única casa profissional e ali construí minha trajetória começando em 1986, atuando na área operacional, no relacionamento com os clientes e na gestão definindo as estratégias e de olho na saúde financeira do negócio. Liderei o atendimento a grandes contas como Bompreço, Wal-Mart, TIM, Neoenergia, Ferreira Costa, Salvador Shopping, Governo do Estado da Bahia. Abrimos unidades em várias regiões do país como no Recife, BH, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre e foi uma experiência incrível conhecer os diferentes Brasis no Brasil. 

Em 2004 mudamos o nome da empresa, de Publivendas a Morya, um novo nome e um novo guarda-chuva para uma história incrível, mas agora apontada para o futuro, enxergando a comunicação com novos olhos. 

Em 2011 vendemos parte da empresa para o Grupo ABC de Guga Valente e Nizan Guanaes. Em 2016 o Grupo ABC foi vendido para o Omnicom Group, segundo maior grupo de serviços de comunicação do mundo, e passamos a ter os gringos como sócios. 

Em 2019 liderei a reorganização societária da Morya, recomprei a participação da minha família e controlei 100% da agência, voltando à nossa raiz com o DNA Fernando Carvalho na nossa cultura, na nossa alma e no nosso coração. 

Sempre acreditei na força da participação da classe empresarial e produtiva nas discussões e ações de desenvolvimento da nossa cidade e do nosso estado. Fui presidente da Abap-Ba por duas vezes em 2001/2003 e 2019/2021, papel que desempenhei com grande satisfação, nunca foi um peso para mim e sim motivo de realização especialmente no último mandato que coincidiu com a pandemia que exigiu um esforço adicional, quase um terceiro turno. Hoje sou conselheiro do CENP e da Abap. 

Participei pro bono de campanhas e ações voltadas para a comunidade e em apoio a instituições como Hospital Martagão Gesteira, Asilo São Lázaro e ao ICB (Instituto de Cegos da Bahia) onde também sou conselheiro.

Obtive também na minha carreira premiações e reconhecimento, publicitário do ano em 1996 e 2000 pelo Prêmio Colunistas norte e nordeste e em 2006 como Dirigente de Comunicação pela ABMP além de integrar o Hall da Fama do Propaganda e Marketing e da Abramark. 

Tive uma grande sorte, sempre tive o apoio de meu pai e a sucessão na Morya foi absolutamente natural, herdei uma empresa com ética e reputação consolidada, mas ninguém faz nada sozinho e o comprometimento dos Moryanos e Moryanas é impressionante para os quais procuro corresponder e fazer da Morya uma boa casa para poderem se realizar.  

Minha grande satisfação é o meu ofício como publicitário, uma atividade fascinante e envolvente cuja essência é a criatividade tão marcante para a Bahia e a publicidade mostra seu vigor se renovando e liderando a transformação digital na comunicação. 

Minha família me entende e me apoia, e por uma simples razão, me veem feliz, faço questão que meus filhos sintam como o gosto pelo trabalho é um presente na minha vida e na minha formação e é ele que me move a enfrentar os desafios porque a rapadura é doce, mas não é mole não.