Aquela menina do brilho dourado que fez até mesmo o rei Sol se apaixonar. A rainha das águas doces, que governa as cachoeiras, as emoções e sentimento humano. Soberana dona do ouro, governadora da fertilidade, da prosperidade assim eu te saúdo: Ora-yê-yê ô (Salve! A Senhora da Bondade ou Ó Mãe das Águas).
A maioria dos povos africanos do século XV era agrafa e suas tradições eram preservadas através de Itans, contos passados de geração para geração. Os ritos dos Orixás se fundamentam nesses contos. Segundo um desses contos, Orumilá se apaixonou por Iemanjá, que no primeiro momento não correspondeu. Após as mais variadas investidas Iemanjá enamorou-se e assim geraram Oxum, ao voltar para seu reino Iemanjá deixou a filha sobre os cuidados do pai Orumilá que a encheu de vontades e mimos. Possessiva e ciumenta Oxum conquistou os brasileiros tornou-se a mãe de muitos popularizando seu culto nas diversas religiões de matriz africana.
Oxum é a Yabá que rege o feminino, a ela pertence o útero e a maternidade. Protetora incondicional das crianças, a ela são dedicados os Ôros (orações) para proteger as grávidas e as crianças. Também é invocado o seu auxílio para ajudar as mulheres que não conseguem engravidar. Os pescadores imploram sua ajuda na ausência dos peixes, assim como aquele que precisam de equilíbrio na vida financeira.
Considera como apetebi (representação feminina no jogo de odú) nos ritos preparatórios dos videntes suas rezas e ervas são usadas pedindo a permissão para o uso do dom. Oxum também é considerada a feiticeira das feiticeiras. Seu culto surgiu na região nigeriana de Ijexá, no rio Oxum, onde acreditam ser sua morada. Cultuada no Candomblé pelo elemento água, a água limpa, a água espelho que reflete a alma.
Por ser sincretizada com Nossa Senhora (Conceição, Aparecida, Nazaré) são dedicadas a ela grandes oferendas no dia 12 de outubro. No mês de maio, nas quase extintas casa de Culto Ijexá, é realizado a festa do Ipetê de Oxum, onde as iniciadas mais velhas da casa fazem o rum com ‘paru alaimo’ (panela de barro) com o Ipetê (espécie de bobo de camarão feito com inhame). Esse ritual se fundamento no Itan de Oxum com Ogum: conta-se que Oxum caminhava muito triste pois não conseguia engravidar do seu grande amor Oxóssi. Nessa estrada ela encontrou um velho (Ogum) que desenterrou uma raiz e mandou-a preparar com o sumo da palma (dendê) e oferecer a Olokun. Passados nove meses nasceu Logunedé, dono da beleza da mãe e da bravura do pai.
O amarelo e o dourado são as cores relacionadas a Oxum, o mel lhe pertence assim como o ovo. Por sua conhecida vaidade nos seus assentamentos não podem faltar pentes, escovas, joias e adornos, perfumes e, principalmente, espelhos. Mas se você vai agradá-la na natureza, lembre-se: orixá é vida, limpeza e luz. Sua força essencial é a natureza, evite poluir o rio/cachoeira/lagoa, então nada de plástico ou vidro.