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Quem come não está só!

Por: Niliane Brito - psicóloga

Quem come não está só!
Da Redação

Da Redação

15/10/2021 10:00am

Falar sobre o impacto da pandemia na saúde mental parece chover no molhado. Mas o fato, já comprovado em pesquisas, é que alguns problemas que afetam o psicológico das pessoas foram intensificados nesse novo estilo de vida a que fomos submetidos. Nesse contexto, cada indivíduo apresenta diante de si a sua forma de mal-estar e de ser sujeito. Ao longo desses anos, a anorexia, bulimia e obesidade são transtornos alimentares que têm ganhado muita evidência e destaque.

Então eu mesma me questiono: será que esses transtornos só começaram a emergir por agora? Mas logo em seguida, eu mesma respondo a essa minha angústia: eles estão mais expostos na mídia e nas conversas, assim como nos consultórios. Quando menciono que estão mais expostos, não estou tentando mencionar a forma científica a que eles vêm sendo evidenciados, mas sim como estão sendo relatados por cada sujeito que entra em nossos consultórios. Cada um está buscando formas de saída, fugas - como queiram chamar; e uma delas tem sido a importante FALA de cada um.

Se formos analisar, o comer é a primeira forma de não estar só no mundo, aquele primeiro laço que marca a presença e ausência do outro, a primeira satisfação (poderíamos até abordar aqui a amamentação, o dedo na boca, todas as características da fase oral na infância, mas isso é assunto que dá pano pra manga, fica para a próxima...). Então, estar diante dessa forma de gozo nos faz pensar em excessos e faltas. Cada sujeito se nutre de algo, e independentemente do que seja necessário para cada pessoa, isso poderá levar a um enorme mal-estar. Sendo assim, vamos trabalhar esse emocional com quem entende do assunto e pode ajudar? Até a próxima!