O exemplo não é a melhor forma de ensinar. É a única!
Rodrigo Santos, Ph.D. – Presidente do Grupo INGEPE; Doutor em Educação, Política e Gestão; Mestre em Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade.
Sou, orgulhosamente, filho de uma família sertaneja, do semiárido baiano.
Meu saudoso pai, um agricultor e comerciante de pequeno porte, ergueu-se do zero, como um mercador de feira livre, sem qualquer educação formal, construindo sua independência financeira pela força do trabalho honesto e da mentalidade empreendedora.
Ainda criança, no entanto, vi aquele homem bom sucumbir ao desequilíbrio existencial e ao alcoolismo, quando assisti ao esfacelamento patrimonial da família e, o mais doído, a perda do meu genitor, ainda muito jovem.
Eis os meus dois primeiros grandes aprendizados na vida: 1) a importância do empreendedorismo, da autodeterminação e do trabalho honesto, como caminhos para mobilidade social e a realização; 2) a certeza de que gestão pessoal e inteligência emocional, devem preceder a tudo, quando se trata de distinguir o que é essencial do que é periférico na vida.
Já minha mamãe, uma professora de família humilde que logrou excelente formação escolar, “administrava centavos” devotada ao propósito de levar educação e letramento, para aquele pequeno pedaço de chão castigado por toda sorte de mazelas sociais e desigualdades, sempre às voltas com as dificuldades estruturais.
Sem querer, ela me ensinou desde muito cedo, pela observação da sua luta solitária, amar a educação como instrumento de transformação e emancipação. Porém, suas dificuldades materiais, ensinaram-me a jamais negligenciar o conhecimento em finanças e gestão, para transformar energia em prosperidade e doação em transcendência. Sem a chama da boa intenção, qualquer ação é obscura. Mas, pouco vale a afetividade, sem efetividade.
Com estes e outros fortes exemplos, intencionais ou não, somados a extrema dedicação, caminhei pelas primeiras décadas de vida, estudando desde sempre e trabalhando desde os 14 anos, em um ciclo no qual colecionei desafios, experiências, amigos, aprendizados e muita gratidão. Desde adolescente, enquanto trabalhava para sobreviver, já compreendia que aprender – mais, melhor e mais rápido – era “Sobre VIVER” com plenitude.
Fiel ao conceito de lifelong
learning, que um dia me faria ser reconhecido como um “embaixador do Apreendedorismo ®”, logrei todos os níveis da educação formal, como aluno e professor. Tornei-me contabilista; cientista da aprendizagem; pedagogo e psicopedagogo; terapeuta; MBA em áreas como RH, Gestão Organizacional, Política e Estratégia; Mestre em Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade; Doutor em Educação, Política e Gestão.
O meu maior título, no entanto, é de eterno “apreendedor”, consciente de que a verdadeira aprendizagem não reside em cursos, diplomas e títulos, mas na capacidade de transformar-se e transformar, na prática, o nosso entorno e a realidade das futuras gerações. Aos 21 anos, iniciei minha trajetória como pesquisador e professor universitário, sendo considerado o mais jovem do país, naquela oportunidade, com posterior atuação em várias instituições, do Brasil e do exterior, atuando também como palestrante, escritor e consultor internacional.
Em 2003, pela convicção de que empresas, escolas, governos e ONGs, não podem se conformar com uma “educação cosmética, livresca e em abstrato”, fundei o Instituto de Gestão, Educação, Política e Estratégia (INGEPE), que chega aos seus 20 anos com projetos exitosos em quatro continentes, atuando em desenvolvimento humano e transformação organizacional.
Hoje, o Grupo INGEPE se consolida como uma referência em Gestão Ágil e Andragogia, levando soluções disruptivas, ao longo destas duas décadas, através do desenvolvimento de lideranças e da implementação de projetos estruturantes em organizações de diversos portes e setores da economia. Destaque-se, entre muitas outras: AMBEV; Banco Mundial; Fundação das Universidades Portuguesas; Ford; Sebrae; ONU; Governos do Brasil, China, Portugal e Timor Leste.
Além da certeza de estarmos apenas começando, tudo que vi e vivi me trouxe convicção de que a melhor forma de honrar os nossos antepassados, que fizeram sempre o melhor com o que sabiam e podiam, será indo muito além deles e, principalmente, garantindo as melhores condições para que, através de uma verdadeira pedagogia do exemplo, da prosperidade e da inspiração, as próximas gerações possam ir muito além de nós.
O exemplo não é a melhor forma de ensinar. É a única!