O amor também precisa ser acessível nos aplicativos
No Dia dos Namorados, a pauta da inclusão digital ganha força ao evidenciar como pessoas com deficiência ainda enfrentam barreiras para viver o amor em plataformas de relacionamento
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Encontrar um par, dar match e iniciar uma história de amor pode parecer simples em tempos de aplicativos de relacionamento. Mas, para muitas pessoas com deficiência, esse caminho ainda é repleto de obstáculos. Em pleno 2025, grande parte dos apps mais populares, como Tinder, Bumble e Happn, ainda não oferecem acessibilidade plena, deixando de fora justamente quem mais precisa de ferramentas que favoreçam a comunicação e a interação social.
Para quem usa leitor de tela, por exemplo, navegar nesses aplicativos pode ser frustrante. A ausência de descrições nas imagens, botões sem identificação e a falta de opções específicas de filtro tornam a experiência excludente e pouco empática. Além disso, não há espaço para falar com naturalidade sobre condições físicas, sensoriais ou neurodivergentes sem receio de rejeição ou preconceito.
Em contrapartida, começam a surgir plataformas desenvolvidas especialmente para públicos diversos, como o Dateability e o Devotee, que trazem filtros mais sensíveis e interfaces adaptadas. Ainda assim, são alternativas pouco conhecidas e com menos alcance. O que se espera, na verdade, é que o próprio mercado mainstream do amor passe a olhar para a inclusão como parte do projeto — e não como um detalhe a ser corrigido depois.
No mês em que celebramos o amor, é urgente lembrar: não existe romance verdadeiro sem respeito, acesso e representatividade. Amar também é um direito de todos — inclusive online.