O Brasil fez bonito na 26ª Conferência Internacional de Museus (ICOM) realizada no final de agosto em Praga, na República Tcheca. Um novo conceito de museu foi criado a partir da proposta feita pelo Brasil e por países de língua portuguesa como Portugal, Angola e Moçambique. A museólogo Heloísa Helena Costa, ex-diretora do IPAC, foi a única baiana presente na delegação brasileira, formada por mais de 50 profissionais de todo o país.
“Foi uma grande vitória dos museólogos brasileiros”, comemora Heloísa. Segundo ela, neste novo conceito estabelecido, o museu é instigado a se envolver mais com o cotidiano das pessoas, a falar de valores e conceitos como dignidade, ética, direitos humanos. “Nosso desafio, a partir de agora, é nos aproximar mais das demandas da sociedade como um todo e não falar apenas de arte e tecnologia”, explica a museóloga. “Numa época como a que vivemos, por que não fazer uma exposição sobre as pandemias que já assolaram a humanidade?”, questiona Heloísa. O novo conceito vai servir de parâmetro para o estabelecimento de novas políticas públicas na área.
Novo conceito dos museus - “O museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade, que pesquisa, coleciona, conserva, interpreta e expõe o patrimônio material e imaterial. Os museus, abertos ao público, acessíveis e inclusivos, fomentam a diversidade e a sustentabilidade. Os museus funcionam e comunicam ética, profissionalmente, e com a participação das comunidades, proporcionam experiências diversas para educação, fruição, reflexão e partilha de conhecimento”.