Identidade baiana no epicentro do mercado financeiro
Leonardo Barros - Mestre e doutorando em Economia e Finanças Aplicadas, diretor-presidente da Arazul Capital.
Temos vivido tempos de intensas transformações, em que muito nos exigimos e pouco nos permitimos momentos de reflexão aprofundada sobre os rumos que assumimos em nossas trajetórias. Convidado a escrever sobre minha história nesta coluna, percebi a oportunidade de revisitar meus próprios propósitos e valores. São eles, afinal, os responsáveis por, entre sucessos, desafios e barreiras, me fazerem hoje um empresário orgulhosamente baiano em pleno epicentro do mercado financeiro brasileiro.
Há quase duas décadas, senti o chamado pelo aprofundamento acadêmico e decidi: Era hora de expandir fronteiras. O trajeto entre Salvador e São Paulo se transformou no meu caminho quando segui pela trilha que se abria bem diante dos meus olhos.
A mudança por motivos educacionais, começando com um MBA na Fundação Getulio Vargas, acabou por se mostrar, pouquíssimo tempo depois, como um caminho predestinado. Em pouco tempo, me vi ingressando no mercado financeiro através de grandes instituições financeiras.
Predestinado porque àquela altura esse mercado estava apenas no início de um franco processo de expansão, até então inédito no Brasil. O boom do mercado de capitais viria em seguida. E ali estava eu, um migrante nordestino, vindo diretamente de Salvador, atuando profissionalmente no maior mercado financeiro do país e, paralelamente, me tornando pesquisador de uma das mais tradicionais e respeitadas instituições educacionais do ambiente de negócios brasileiro.
Quem me conhece, sabe que a informalidade baiana jamais abandonou minha personalidade. Pelo contrário, tornou-se marca fundamental nas relações que desenvolvi nesse mundo que me recebeu e valorizou ao reconhecer o sentido inegável do propósito que carrego comigo: Trazer o mercado de capitais, ou seja, a liquidez de São Paulo para o Nordeste do país, irrigando, a partir da Bahia, as oportunidades abundantes que temos em toda a nossa região.
Este, um dos grandes propósitos pessoais que tenho, motivou tudo que fiz. Tanto no campo empresarial quanto no acadêmico, meus passos tiveram como foco o fortalecimento das ferramentas para conseguir construir esse corredor de escoamento de liquidez do mercado financeiro para regiões descentralizadas, porém, cheias de oportunidades.
Isso tudo nasce dentro de mim em função do grande vínculo que tenho com a minha terra, a Bahia. E, hoje, encontra o respaldo na rede de relacionamentos que se formou ao meu redor.
Foi com experiência adquirida nas maiores instituições financeiras e conhecimento abarcado durante os programas de Mestrado e Doutorado em Economia e Finanças Aplicadas, mas principalmente com a criação de um extenso networking e uma rede de amigos espalhados pelos quatro cantos do Brasil, que me tornei um empresário do mercado financeiro e hoje lidero o grande projeto não só da minha vida, mas de uma equipe formada por parceiros e colaboradores leais à uma causa verdadeira.
Com sede em São Paulo, atuamos nacionalmente a partir de filiais na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Distrito Federal – Brasília. Destas regionais, enxergamos e nos comprometemos, de fato, com empresas do Middle Market do Brasil inteiro. E, agora, expandimos internacionalmente a partir dos EUA com atendimento e serviços que proporcionam acesso a mercados ainda mais desafiadores.
Como mencionei no começo, vivemos tempos de grandes transformações. E a principal delas, pelo menos dentro do meu universo, é a de que fronteiras não representam distância.
Se um dos meus grandes sonhos é trazer a liquidez de São Paulo para o Nordeste a partir da Bahia, meu legado também passa por deixar registrada em plena Faria Lima a identidade baiana que carrego comigo, assumindo para mim a responsabilidade de atuar como uma espécie de embaixador da Bahia no mercado financeiro de São Paulo.
Hoje presidente da Arazul Capital, uma plataforma completa de serviços financeiros e soluções estratégicas, carrego dentro de mim valores muito maiores do que alguns bilhões que temos sob gestão. E é isso que me permite, mesmo em meio a movimentos globais tão intensos, focar na força do processo de crescimento orgânico, tanto nacionalmente quanto internacionalmente, pelo qual passamos na direção do Nordeste e de outras fronteiras de crescimento.
Não poderia ser diferente para uma empresa com orgulho e cultura nordestina, principalmente baiana.