Exatamente há um ano, fui surpreendido com a notícia de que todos os programas da Rádio Excelsior deveriam ser feitos remotamente; as entrevistas em estúdio estavam (e estão até hoje) suspensas e alguns programas descontinuados, enfim, um cenário que nada me ajudaria ou me faria bem, pois, como me conheço, parar de exercer o meu ofício diário, parar de sair de casa e interromper bruscamente o meu dia a dia poderia comprometer a minha saúde, não somente física, mas também mental.
Passei uma semana em casa, como a maioria, tentando entender como iria sobreviver sem nada mais a fazer, sem a rotina que tanto adorava e que tinha reconquistado a tanto custo e batalha após longos três anos longe dos estúdios e do mercado; as minhas duas outras atividades, ligadas ao entretenimento, demorariam mais ainda a serem retomadas. Então, me vi obrigado por mais essa mal traçada linha da vida a fazer acontecer quase tudo de novo, a me reinventar mais uma vez! Mas como?
Por obra do acaso, me veio um estalo e pensei: já que ninguém vai para a rádio, vou eu. E lá fui! Em menos de uma semana, comecei a reconstruir e a remodelar um novo programa, só que dessa vez não era do zero, como tinha sido há cinco anos, mas com uma base sólida que a Rádio Excelsior me deu. Daí eu fui buscar ajuda na tecnologia, nas redes sociais, na criatividade e nos parceiros para, assim, de certo modo, assumir sozinho todo o programa em estúdio, algo nunca antes tentado por mim e que eu tinha certo receio de peitar e fazer acontecer. Pedi ajuda e autorização aos meus superiores e colegas (Marquinhos Santiago, grande professor!) e tomei as rédeas de novo, só que dessa vez em meio ao caos de uma pandemia.
Foi necessário comprar acessórios de apoio, fios e plugs, aprender a lidar com tantos aparelhos eletrônicos, sincronizar a rede social ao programa, o timing, mexer em três computadores e em uma mesa de mixagem, atender ligações, criar uma conta nova no Instagram e, acima de tudo, ser produtor, pautar e entrevistar com qualidade e conteúdo as mais de 250 pessoas que nesse ano passaram pelo programa.
Contar com parceiros sólidos e apoiadores importantes também me ajudou muito. A nossa Let’s Go de pronto assumiu com toda a força a coluna da segunda-feira, abrindo a semana sempre muito bem; o valoroso grupo de empresários baianos, o Business Bahia, colou na quarta; assim como o professor Murilo Jacques, do curso de Relações Internacionais da UNIFACS e seus alunos; um mundo mais que globalizado! Nos demais dias, eu conto com os meus valiosos amigos assessores de imprensa, que não se cansam de me ajudar. Ou seja, usando o princípio do dividir para conquistar, reformulei mais uma vez não somente o programa de rádio, mas também a minha vida. E “pau na máquina!”, como diz um amigo.
O ato de perseverar diante de uma imensa adversidade que venha a acontecer é fundamental para poder retomar o seu eixo de equilíbrio. Não aceitar uma realidade nua e crua como uma sentença capital nem ser mais um do rebanho que vai ao abate, mas, sim, enfrentar com toda força, garra, inteligência e vontade a verdade estampada em sua frente sempre será o caminho. Nem sempre é o caminho mais breve e fácil, contudo vale toda a pena. O resultado, no meu caso, foi muito bom. E acreditem, amigos, a minha vida profissional e pessoal neste ambiente nebuloso que vivemos hoje (e que viveremos ainda por um bom tempo) tomou mais um rumo interessante, pois novas janelas se abriram e o sol voltou a brilhar; mais calmo e brando, mas voltou a brilhar! Jamais desista, pois sua vida vale todo o esforço e a perseverança!