A Falta de Civilidade nos Dias Atuais

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Tenho a sensação de que estamos vivendo tempos pré-históricos. Atitudes básicas que compõem a civilidade — como um simples "bom dia", "muito obrigado", "com licença" e "por favor" — parecem ter caído em desuso, dando lugar à hostilidade, à secura nas relações e a uma completa ausência de gentileza. Que tempos são esses? Pergunto-me, às vezes, se parei no tempo, se estou no mundo errado ou se virei um ET. O que estamos vivendo, a meu ver, é uma assustadora e total inversão de valores — um sintoma claro do desamor.

A realidade atual soa aos meus ouvidos como um paradoxo. De um lado, escuto pessoas clamando por paz; de outro, percebo uma frieza congelante no trato com o próximo. Quanta hipocrisia. A guerra acontece no Irã, em Israel, na Ucrânia, na Rússia —  e agora conta com a participação dos Estados Unidos —, mas esquecemos que os grandes conflitos nascem de pequenas hostilidades. A indiferença, a ausência de sorrisos, de empatia, humanidade, educação e solidariedade também são sementes de guerra. O que vemos nos campos de batalha começa de forma quase imperceptível, no cotidiano.

Não é por acaso que também estamos vivendo uma espécie de guerra civil silenciosa. Ela se manifesta no tráfico, nos altos índices de violência, na insegurança generalizada. O que deveria nos unir está, na verdade, nos separando.

Não romantizo as relações humanas — sei que viver em sociedade não é simples, especialmente diante da diversidade de pensamentos e comportamentos. Mas uma coisa são as diferenças, outra, completamente distinta, é a falta de educação, de generosidade, de tolerância e de amor ao próximo.