Esporte e inclusão: a força dos atletas com deficiência da Bahia
Com histórias de superação e talento, atletas baianos com deficiência mostram que o esporte é também um caminho de representatividade, autonomia e transformação social
Crédito: Lucas Moura / Secom PMS – Prefeitura de Salvador
O suor que escorre no rosto, o som da largada, o coração acelerado e a vontade de vencer: tudo isso faz parte da rotina de milhares de atletas. Mas para muitos deles, há um desafio a mais — não físico, mas social. Em um cenário onde o acesso ao esporte ainda é desigual, os atletas com deficiência da Bahia têm provado, dia após dia, que lugar de destaque também é deles.
A Bahia tem sido berço de nomes potentes no paradesporto. Um deles é o nadador baiano Talisson Glock, que mesmo não sendo natural do estado, treina frequentemente em Salvador e já conquistou medalhas paralímpicas, mostrando a força da nossa rede de incentivo ao esporte adaptado. No atletismo, atletas como Alan Fonteles, conhecido por sua atuação nos 200m rasos nas Paralimpíadas, já passaram por centros de treinamento do estado e ajudaram a abrir portas para novos talentos locais.
Além dos nomes de destaque nacional, clubes e instituições baianas têm promovido competições e projetos voltados ao esporte inclusivo. Iniciativas como a Associação Baiana de Paradesporto (ABP) e os programas desenvolvidos pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (SETRE) vêm oferecendo espaços, equipamentos e visibilidade para que atletas com deficiência possam treinar com dignidade.
Mas o impacto do esporte vai além das medalhas. Para muitos desses atletas, o esporte é também reabilitação, autoestima, conexão social e fonte de renda. Cada corrida, arremesso ou nado é também um manifesto contra o capacitismo, a exclusão e a invisibilidade. É uma maneira de dizer: “Estamos aqui, somos capazes e também queremos vencer”.
Ainda há muito o que avançar — em estrutura, apoio financeiro e políticas públicas —, mas o que já se conquistou merece ser celebrado. Porque quando o esporte é verdadeiramente inclusivo, todo o país cruza a linha de chegada junto.