Colunas

Dicas para você se iniciar no mundo dos vinhos

Dicas para você se iniciar no mundo dos vinhos
Sérgio Queiroz - Sócio-diretor do Grupo BACO

Sérgio Queiroz - Sócio-diretor do Grupo BACO

10/05/2021 10:30am

Entramos no outono, logo chegará o inverno. Se o vinho já vem despertando interesse, independentemente da estação, inegavelmente, com a chegada das temperaturas mais amenas, a bebida do Deus Baco ganha mais notoriedade. Não por acaso, a cada dia que passa, eu me deparo com mais pessoas interessadas em entrar no mundo dos vinhos, mas que sempre alegam “não conhecer muito sobre a bebida”, sendo que, de imediato, rebato: “É preciso conhecer, não basta gostar!”. Diante dessa situação, resolvi listar um passo a passo para uma rápida introdução a esse universo fascinante e prazeroso. Toda bebida precisa de uma predisposição para a experimentação, com o vinho vão sobrar bons motivos. Lembre-se que ninguém nasce gostando de cerveja, muito menos de uísque ou vodca.

Algumas dicas para quem está iniciando com o vinho: 

1. Beba, se gostou, beba mais e mais (em ocasiões espaçadas, por favor), sempre com moderação. Há um termo que aprendi no mundo do vinho e que certamente vale muito: “militragem” 

2. Busque informações básicas de características de certas uvas ou vinhos para ver se estão alinhadas ao seu paladar; pergunte sempre e tire dúvidas com o vendedor, o sommelier do restaurante ou o amigo que conheça um pouco mais que você. 

3. Registre de alguma forma o que mais te agrada, o prazer é seu. Seguindo os passos do item 1, tente perceber que vinho mais te agrada (espumantes, brancos, rosés, tintos, fortificados), mas é importante entender que, em cada categoria dessas, as diferenças podem ser enormes; você pode não gostar de certo tinto de uma uva “X” e adorar outro elaborado com a uva “Y”, ou ainda um corte com essas ou outras uvas. 

4. Experimente. Permita-se provar diferentes vinhos, preferencialmente iniciando pelos mais fáceis de beber – vinhos do Novo Mundo, por exemplo –, buscando dicas de amigos, sommeliers e especialistas, sempre voltando ao item 3. 

5. Preço não é tudo, você pode encontrar o seu vinho favorito em prateleiras com preços bem acessíveis, o que será ótimo. 

6. Fuja das regras. Se você gosta de um vinho um pouco mais frio, por exemplo, em um limite compatível com a bebida, fique à vontade para refrigerá-lo entre -1ºC e 2ºC graus. 

7. No momento da compra, seja na loja ou em restaurantes, peça, usando o seu linguajar, exatamente o que deseja.  

Se de alguma forma já bebericou alguns vinhos, mas gostaria de conhecer um pouco mais, seguem aqui as minhas sugestões para um segundo passo: 

1. Digamos que você já tenha ideia do seu tipo predileto de vinho, que tal começar a ter certeza sobre isso? Uma boa maneira de conhecer as diferenças entre os diversos tipos de vinho é compará-los. Deguste-os em taças lado a lado e se gostar de algo mais diferenciado, faça-o às cegas. Podemos começar por tipos de uva (essa mesma dinâmica vale para países, regiões, idade do vinho, tudo o que permita uma comparação), com as brancas Chardonnay, Sauvignon Blanc, Viognier e Moscatel ou com os tintos Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec e Shiraz. Pode mudar à vontade, mas tente manter as mais comuns. 

2. Em paralelo ao item 1, leia, informe-se e busque referências entre os experts confiáveis do mercado. Quem sabe você não se anima a criar uma confraria de vinhos? 

3. Procure conhecer os diversos tipos de vinho. 

4. Entender como o vinho é elaborado, os tipos de uva e as suas características, certamente, o ajudará em boas escolhas para a experimentação. 

5. Aprenda a degustar e a identificar os sabores, cores e aromas do vinho, os tipos de taças e todas as suas características, como idade, teor alcoólico etc. Caso deseje ir fundo neste item e nos dois anteriores, atualmente existem muitas opções de bons cursos. 

6. Perceba o prazer de harmonizar um prato com um bom vinho, aqui valem as sugestões facilmente encontradas no mercado e a sua própria experimentação. 

7. Um item que avalio ser um salto no aprendizado é a visita guiada a uma vinícola, uma experiência sempre muito enriquecedora. 

A lista seria enorme, mas prefiro parar por aqui. Não precisa segui-la à risca, muito menos com rigidez, pode deixar acontecer enquanto você acumula “militragem”. Gosto muito do primeiro item de todos e digo sempre: beba, deguste e experimente! Uma vez querendo se aprofundar no mundo dos vinhos, os caminhos são infinitos.