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Um ativista da função social da empresa

Paulo Cavalcanti / Vice-presidente da Associação Comercial da Bahia

Um ativista da função social da empresa
Coluna Business Bahia

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23/01/2021 10:00am

Meu nome é Paulo Cavalcanti e há 43 anos o empreendedorismo faz parte do meu dia a dia. Figurar entre os três maiores distribuidores de produtos químicos da América Latina, liderar empresas reconhecidas nacionalmente, como a Sasil, um histórico de superação de desafios e crises, já seriam acontecimentos suficientes para definir e narrar o meu perfil. Mas confesso, caro leitor, cara leitora, nada me deixa mais enaltecido do que ser reconhecido por minha atuação como ativista da função social da empresa.

O garoto que já na década de 1970, a bordo de sua Kombi velha, transitava entre reciclagem de caixas de papelão e garrafas de vidro, entregas de hortifrútis a domicílio e venda de livros em semáforos da cidade, adentrou o século XXI acreditando e defendendo a ideia de que uma empresa é um organismo vivo e transformador, que nasce para mudar profundamente a dinâmica da vida em sociedade, impactando a forma de se viver, pensar e existir. Hoje, um empresário e advogado que vê na função social da empresa um importante princípio e vetor para o desenvolvimento de toda sociedade.

Filho de professora do ensino primário e motorista de caminhão, desde muito jovem passei a acreditar que eu mesmo deveria construir o meu momento. Sempre tive a certeza de que se me deixassem em frente ao Shopping Iguatemi (atual Shopping da Bahia), nu e sem recursos, em pouco tempo estaria vestido e ganhando dinheiro através de meus serviços.

Sou de fazer acontecer. Jamais esperei as oportunidades aparecerem. Vivo do presente, construo um futuro, faço planos, realizo. Sou destemido. Uma filosofia de viver que simplifico com a expressão “pau na máquina”.

Cresci trabalhando contra a desigualdade social que me atingia. Tornei-me advogado para entender melhor os processos que as instituições públicas movem contra cidadãos e empresas. Hoje, meu grande objetivo é estimular uma consciência coletiva sobre a importância das empresas como fonte de geração de empregos, renda, tributos e bem estar social.

Quando aceitei ingressar na histórica Associação Comercial da Bahia, em 2019, assumindo a vice-presidência e a coordenação dos Núcleos Jurídico e de Gestão de Crise e Reputação, assumi uma luta em defesa da valorização constitucional das boas práticas empresariais, da defesa da função social da empresa, da promoção da transparência e da sintonia entre a sociedade civil, entidades de representação empresarial e órgãos públicos. Este, ao meu ver, é um caminho seguro para o fortalecimento do empreendedorismo, do resgate da nossa segurança jurídica e, consequentemente, do desenvolvimento nacional.

Motivado por abusos de autoridade e arbitrariedades cometidos contra mim e minhas empresas, como a Operação Alquimia, que devastou minha vida pessoal e profissional, além do dizimar o meu patrimônio, criei a Fundação Paulo Cavalcanti, entidade sem fins lucrativos, que atua para transformar a injustiça em motivação e determinação para promover mudanças e quebra de paradigmas. Através da Fundação Paulo Cavalcanti, busco fortalecer meu espírito de ativista da função social das empresas.

Levanto todos os dias para trabalhar em busca do meu sustento, do sustento da minha família e dos meus colaboradores. Continuo buscando realizar sonhos. Principalmente o de construir um país que valorize e reconheça a importância da educação e do desenvolvimento científico e tecnológico. Onde cada pessoa, independente de raça, gênero ou ideologia, tenha a possibilidade de desenvolver todo seu potencial.

Nós, empresários, precisamos participar, reconhecer e assumir nossa responsabilidade social, contribuir com soluções que aumentem a eficiência do nosso país.

Pau na máquina!