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Depois de passar por festivais internacionais e conquistar prêmios no Brasil, o curta-metragem E Seu Corpo é Belo chega a Salvador para exibição no Panorama Internacional Coisa de Cinema. A sessão acontece nesta quarta-feira (9), às 15h45, no Cinema Glauber Rocha, com a presença do protagonista João Pedro Oliveira, conhecido do grande público por seu papel em Malhação: Toda Forma de Amar.
Com direção de Yuri Costa, o filme acompanha Carlos, interpretado por João Pedro, um jovem negro que, ao reencontrar um ex-namorado, é confrontado por traumas e vivências sobrenaturais. Ambientado nas festas soul do subúrbio carioca dos anos 1970, o curta combina tensão, memória e elementos culturais em uma narrativa potente e simbólica. O título faz referência à música “Pelo Amor de Deus”, de Fernando Brant e Milton Nascimento, presente no clássico álbum Clube da Esquina.
A produção vem sendo amplamente reconhecida: no 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, recebeu os prêmios de Melhor Ator (João Pedro Oliveira), Direção de Arte e Edição de Som. Também conquistou menção honrosa no Festival do Rio e foi selecionada para a Mostra de Tiradentes, o FestCurtasBH e o Festival de Cartagena, na Colômbia.
“O que me move é ver esse filme circulando, ocupando espaço nos festivais, tocando outras pessoas”, afirma João Pedro. “Nosso cinema precisa contar essas histórias com liberdade de forma e de gênero — e quando falo de gênero, é tanto no sentido cinematográfico quanto de identidade e afeto”, completa o ator, que também é sócio da produtora Paó Filmes (do Grupo Dutra) e se prepara para dirigir seu primeiro longa, No Fim do Déjà Vu.
Além do reconhecimento nos cinemas, João Pedro Oliveira marcou presença na televisão ao interpretar Serginho em Malhação: Toda Forma de Amar. O personagem, um adolescente negro, gay e morador da periferia, trouxe à TV aberta uma representação sensível e afetiva das juventudes LGBTQIA+ das periferias urbanas. “Serginho não foi apenas uma ruptura com estereótipos: foi um convite para que o Brasil olhasse com mais cuidado para essas juventudes”, afirma o artista.
Comprometido com a construção de narrativas negras plurais e potentes, João Pedro segue abrindo caminhos dentro e fora das telas.