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Uma vida de múltiplas experiências

Por Manoelito Souza, Engenheiro Civil e Economista; foi Secretário da Fazenda do Município do Salvador e atualmente é sócio-diretor da Radar Negócios e Empreendimentos Ltda.

Uma vida de múltiplas experiências
Coluna Business Bahia

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19/10/2025 1:00pm

Foto: Acervo Pessoal

Aos quatorze anos, egresso do interior do Estado, como muitos na época, pisei o solo da velha Capital da Bahia, no início dos anos 1960, para o desafio de enfrentar a “cidade grande”. À época, Salvador possuía cerca de 600 mil habitantes.

A ideia em mente era dar prosseguimento aos meus estudos, visto que, de onde eu vinha, não existiam escolas públicas que oferecessem o curso ginasial (hoje, Fundamental II). O único estabelecimento que oferecia esse nível era particular, e minha família não dispunha de meios para pagar as mensalidades.

Em Salvador, iniciei o ginasial no Instituto de Educação Isaias Alves (ICEIA), à noite, pois, durante o dia, dava expediente numa loja de móveis.

Findo o ginasial, ingressei no Colégio Estadual da Bahia, o Central, no curso científico (atual segundo grau), também à noite. O plano era tentar o vestibular de Engenharia, um sonho quase irrealizável, para quem tinha uma rotina de trabalho durante o dia e frequentava as aulas à noite. Era uma competição muito desequilibrada com o pessoal egresso do Colégio Antônio Vieira, do Maristas, do 2 de Julho... Não deu outra: fui reprovado no primeiro vestibular.

Mas aí aconteceu que, ainda no curso científico, fui aprovado num concurso para um cargo de escriturário na Prefeitura de Salvador. E foi aí que minha vida mudou. Graças a essa função, com uma carga menor de trabalho, pude me preparar melhor para o vestibular seguinte, vindo a ser aprovado em Engenharia Civil na UFBA.

Em paralelo ao esse curso, segui na vida pública, transferindo-me para a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA), atendendo a convite do titular daquela pasta, o mesmo que havia passado pela congênere da Prefeitura e que gostou da minha dedicação ao trabalho.

Concluí o curso de Engenharia nessa fase em que atuava na Sefaz-BA e acabei vindo a ser nomeado Assessor do Secretário.

Posteriormente, esse gestor foi escolhido como Diretor do Banco Nacional da Habitação (BNH), no Rio de Janeiro, para onde me transferi, atendendo a novo convite seu. Passei três anos no Rio e retornei a Salvador, para atuar na representação local da instituição.

Aqui, concluí o curso de Economia, que havia sido iniciado no Rio de Janeiro.

Depois de trabalhar algum tempo na representação local do BNH, voltei a atuar no Governo do Estado, inicialmente na Secretaria dos Transportes e Comunicações e, após, novamente na Sefaz, onde cheguei a exercer o cargo de Chefe de Gabinete. Em ambas as situações, em atendimento a convite de um grande amigo.

Durante essa nova fase na Sefaz-BA, fui aprovado em concurso para Auditor Fiscal, cargo no qual me aposentei, já há bastante tempo.

Mas a aposentadoria, muito cedo, visto ter começado a trabalhar aos 14 anos (não havia impedimento legal ao trabalho do menor de 18 anos), foi apenas formal. Continuei na vida do trabalho, atuando por cerca de oito anos no Grupo OAS.

Após esse período, exerci o cargo de Assessor Especial junto à Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia.

Estava nessa função quando fui convidado a voltar ao governo municipal, inicialmente exercendo a função de Subsecretário da Fazenda na Sefaz-PMS, e, ao final, assumindo a titularidade da pasta durante três anos.

Finda a missão na Sefaz-PMS, atuei por seis anos como Superintendente do SESI/FIEB, e, por outros seis, como executivo da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, em cuja estrutura inclui-se, entre outros negócios, o Hospital Santa Izabel e a Faculdade Santa Casa.

Hoje, sigo trabalhando muito, agora em caráter voluntário: sou presidente do conselho de administração do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC-BA); Diretor do Instituto dos Auditores Fiscais do Estado da Bahia (IAF), que é o sindicato dessa categoria; e membro do Conselho Deliberativo da Associação dos Servidores Fiscais do Estado da Bahia (ASFEB), a gestora do nosso plano de saúde.

Além disso, sou sócio-diretor da empresa que mantenho com familiares, atuando na área imobiliária, na prestação de serviços e, recentemente, na área da saúde.