O futuro do marketing não tem briefing, e sim algoritmo
Foto: Acervo Pessoal Imagine um mundo onde campanhas publicitárias são criadas não apenas com base em pesquisas de mercado, mas decifrando padrões cerebrais em...
O novo “rover” da NASA em Marte, que busca sinais de vida, foi batizado de Perseverança. Ninguém pode, em sã consciência, colocar em dúvida a importância da perseverança no enfrentamento da pandemia e de suas consequências. Trata-se da sobrevivência, a nível individual e coletivo.
No passado e dentro de parâmetros de decência, perseverar na geração do conhecimento, na conquista do sucesso nos negócios ou do coração da pessoa amada tem sido um valor positivo indiscutível. Entretanto o presente se mostra diametralmente diferente do passado e, como consequência, o valor cultural quase absoluto da perseverança merece ser repensado.
Convivemos hoje com uma idade dourada da ignorância, que desestabiliza todas as estruturas do mundo conhecido. Na humanidade, não há precedente histórico de uma era em que tantas pessoas, em sociedades livres, acreditam em tantas mentiras e falsidades que destroem a saúde, a organização e a capacidade de sobrevivência dessas sociedades.
Hoje, a taxa de geração de ignorância supera, em muito, a de criação e difusão do conhecimento. Em vista disso, Robert Procter, professor e pesquisador da Universidade de Stanford, especialista em Ignorância, criou a Agnotologia, área de estudo acadêmico da ignorância. Ele a define como o ato de resistir a se engajar com temas de substância e de contribuir, de forma inconsciente ou não, com a disseminação do engano e da confusão, mantendo a ignorância viva e vibrante.
Os fundamentos da Agnotologia e do Reino da Ignorância são três: (1) Educação deficiente e distração perdulária. O baixo nível de conhecimento, consequência da educação deficiente, não permite ter o contexto adequado para reconhecer fake news. Da mesma forma, os estímulos de distração de cunho emocional, como o seguimento implacável da vida de famosos, dos reels do Instagram, dos videogames e das fofocas das redes sociais, não só arrebatam a maior parte do tempo das pessoas - com perda de tempo e vida -, como também precluem a aquisição de novo conhecimento real.
(2) Tribalismos, principalmente o político. A combinação da existência das redes sociais com a extrema insatisfação popular com o fracasso das organizações e gestões políticas, econômicas e sociais das sociedades produziu um intenso engajamento político que se polarizou mundo afora. Qualquer alegação factual se transforma instantaneamente em uma arma a ser usada nas discussões com outras tribos. Qualquer evidência que questione a veracidade das crenças da tribo, ou a coloque em situação desfavorável, é rejeitada de imediato.
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