O DNA em Mutação: Como as Transformações Sociais Forjam os Mercados do Amanhã
Foto: Acervo Pessoal A sociedade não é um arquivo estático, mas um organismo vivo, cujo DNA cultural e comportamental está em constante mutação. Ao longo da hi...
Por Adriano Sampaio, Analista de Inteligencia de Mercado e CEO da Duplamente Inteligência
Foto: Acervo Pessoal
A Pitchbook, com seu habitual timing impecável, nos presenteou com o retrato do venture capital em 2025: um semestre onde os números brincam de esconde-esconde estatístico. O segundo trimestre amargou uma "queda alarmante" de 24,8% nos investimentos globais, somando míseros US$ 69,9 bilhões em 4.001 negócios. Tragédia? Claro que não. A culpa é do efeito-base provocado pela ausência de outro colosso como os US$ 40 bilhões da OpenAI no Q1 – que, sozinhos, representariam 57% do Q2. Coitada da Scale AI: sua rodada de US$ 14,3 bi, a segunda maior da história, foi tratada como "modesta" nessa comparação surreal.
Mas o primeiro semestre, impulsionado pela febre de IA, foi historicamente gordo: US$ 83,9 bi apenas em estágio growth, projetando um recorde anual. A inteligência artificial segue como a diva caprichosa do capital: 64,1% do valor investido, com cinco megadeals acima de US$ 1 bi no Q2. Até a Meta entrou na farra, comprando 49% da Scale AI. Enquanto isso, a América Latina dá seu show particular: México, num golpe de dramaticidade, superou o Brasil em captação – coisa que não acontecia desde 2012. Os brasileiros dominaram em número de rodadas (91), mas os mexicanos engoliram US$ 882 milhões, deixando os vizinhos com um amargo "apenas" US$ 350 milhões.
As valuations, claro, subiram como foguetes indisciplinados – medianas pré-dinheiro em máximas decenais, com a IA distorcendo a realidade. O capital concentra-se: rodadas abaixo de US$ 5 mi caíram ao menor nível em 10 anos. Os VCs, em seu novo mantra, "investem menos, porém mais caro". Já os CVCs corporativos, mais conservadores, fogem de estágios iniciais como o diabo foge da cruz – só 24% em seed, foco total em IA (42% dos deals). Os crossover investors, por sua vez, parecem ter amnésia de 2021: aportes no menor nível em seis trimestres.
Saídas? Uma montanha-russa digna de parque de diversões tarifado: IPOs frearam após o "Dia da Libertação" e seu tombo de 10% no S&P, mas recuperaram fôlego com a trégua tarifária de Trump. Setores favoritos do governo americano (IA, defesa, cripto) nadam em liquidez. E o mercado secundário virou a válvula de escape preferida – já não é último recurso, mas ferramenta estratégica. Na América Latina, as fusões e aquisições acordaram: alta de 71,1% no Brasil, com fintechs e B2B SaaS no topo.
A captação de novos fundos? Ah, essa é a piada mais ácida: só 12 gestores nos EUA levantaram 50% do capital total. A elite (Andreessen, Khosla) prepara fundos bilionários enquanto emergentes penam. Na AL, a música é similar. Mas respirem fundo: o pior parece ter passado. Enquanto isso, a OpenAI lança seu Agente ChatGPT, e a Anthropic sussurra sobre uma avaliação de US$ 100 bi. Porque, claro, o circo da IA precisa de novos números para justificar o próximo ato.
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