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A gente acorda com o despertador do celular e, enquanto desliga o alarme, confere email, whatsapp, redes sociais, antes de dar o primeiro “bom dia”. Se essa não é a sua realidade, parabéns! Você é uma exceção. Com a pandemia, o mundo virtual ocupou um espaço ainda maior na nossa vida. Home office, compras online e lives, se juntaram aos apps que ajudam a controlar até quantos copos de água a gente bebe. Chama a atenção essa digitalização da vida, potencializada este ano, porque o que impacta no comportamento das pessoas, se reflete de imediato em nossa atividade. As marcas também aceleraram e ampliaram sua presença online. E o que pudemos perceber dessa corrida para estar no meio digital? O que elas tinham a dizer.
No início do isolamento social, nos emocionamos com campanhas que falavam de “união”, “solidariedade”, “cuidado”, “pacto social”. Pode dar um Google que o algoritmo vai confirmar. Em um ano cheio de incertezas, em que nos privamos do contato físico com família e amigos, as marcas, as boas marcas, perceberam que mais do que ser digitais, elas precisavam ser humanas. Do ponto de vista da comunicação, essa foi a grande lição de 2020.
As agências de propaganda são, antes de tudo, prestadoras de serviços. Atendemos anunciantes que se comunicam e vendem para pessoas. Temos o nosso cliente direto e o cliente do nosso cliente. Parece óbvio dizer isso, mas de tempos em tempos, é preciso repetir o óbvio, sim. Somos pessoas que trabalham para pessoas que trabalham para pessoas. Vendemos ideias. E ideias são produto da mente e do coração humanos. Por mais que a inteligência artificial busque padrões, aprenda, se aperfeiçoe, sempre será uma máquina tentando imitar uma pessoa. Portanto, se o meio digital trouxe novas premissas à nossa atividade, o cenário imposto pela pandemia tratou de hierarquizar as prioridades: as pessoas são e serão sempre a razão de tudo. Por mais que os dados norteiem nossas ações, eles são apenas uma ferramenta e como tal precisam de alguém pra interpretar, analisar e saber usar. Ou seja, ninguém vai entender uma pessoa tão bem quanto outra pessoa.
Entendendo isso, temos que abrir espaço para que cada membro da equipe possa ter e propor ideias. Com liberdade, com voz ativa e com interlocutores que tenham capacidade de ouvir, acolher e complementar. Isso vale para todos os departamentos e graus de experiência. Um estagiário pode trazer um olhar novo, assim como alguém pode acrescentar ao trabalho de outro setor. Olhares diferentes se complementam. Aí já entramos também no valor da diversidade na equipe: de gênero, idade, classe social, racial, sexual. Na SLA, temos uma incubadora de ideias, a Olho D´Água, formada por jovens que não são da área de publicidade, como mais uma iniciativa nesse sentido e tem sido uma experiência enriquecedora para todos. Quanto mais plural é equipe, melhor a qualidade do brainstorming e isso se reflete em um trabalho mais consistente, criativo e inovador.
Outro aspecto que é muito importante, além do ambiente interno na agência, é a relação com o cliente. Os anunciantes procuram relevância nas agências ou de empresas de consultoria. Mas essa porta é aberta (ou não) pelo próprio cliente. Por exemplo, quando a gente recebe um briefing para criar uma peça x que precisa dizer y, a agência vira uma mera executora de um pensamento que vem pronto. Mas quando o cliente dá oportunidade da empresa conhecer seu produto/serviço, seus clientes, e entender qual o objetivo mercadológico ou institucional, a agência pode contribuir em um nível muito maior e só assim entregar, efetivamente, a relevância que todos nós esperamos da nossa atividade.
Para que tudo isso funcione, a gente não pode ter medo de errar. Nem a agência, nem o cliente. Como disse Albert Einstein, “Quem nunca errou, nunca experimentou nada novo.” Esse é um ponto importante, especialmente em tempos de crise. É natural vir a insegurança, o medo de correr riscos, mas evitar correr riscos é o primeiro erro. Um erro que pode ser fatal. A crise deve ser uma mola propulsora de inovação. E quem prova isso é a História. Grandes invenções surgem em tempos de crise. O próprio computador foi criado na 2ª Guerra. O tataravô desse gadget que você está usando para ler esse artigo e que muitos acham que pode substituir pessoas. Pois é, vamos separar as coisas.
Aprendamos com o próprio sistema de segurança dos sites e apps, o famoso CAPTCHA (Teste de Turing público completamente automatizado para distinguir entre computadores e pessoas). Até a máquina quer confirmar que você não é um robô.
Cleo Silva
Vice Presidente de Operações e Atendimento
SLA PROPAGANDA
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