Designer de superfícies e apaixonada por arte, Sandra Barros assina painel na CASACOR Bahia 2023. A artista, que em 2022 ganhou o concurso nacional Seleção Suvinil, na categoria pintura orgânica, é responsável por dar vida e cor às paredes da Sala de Imprensa July Isensee, espaço da arquiteta Celeste Leão, com a pintura “Das mulheres de fibra à fibra óptica: uma luta que permanece”. O painel, que homenageia as grandes heroínas brasileiras, Maria Felipa, Joana Angélica e Maria Quitéria, pelo bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, pode ser conferido de 27 de julho a 24 de setembro, na Alameda dos Sombreiros, no Caminho das Árvores.
Nascida em Santa Inês, no interior da Bahia, Sandra conta que poder retratar a história de mulheres através da arte em um evento de grande visibilidade como a CASACOR Bahia é uma honra. Segundo ela, “é uma ação de reconhecimento. Mulheres, quando são retratadas fora de estereótipos e homenageadas com sensibilidade, ganham a visibilidade que merecem e suas contribuições e conquistas para a História ficam em evidência”.
Nesta edição, a CASACOR Bahia tem como tema a união entre Corpo & Morada que, no painel pintado por Sandra, poderá ser observado em um sentido mais amplo, afirma ela. “A ideia de morada, dentro deste trabalho, diz respeito ao sentido de pertencimento do espaço em que vivemos, exercendo nossa cidadania. As heroínas homenageadas lutaram em prol da nossa liberdade e contribuíram para a existência do Brasil que contemplamos hoje, do Brasil que é a nossa casa, onde nosso corpo transita e vive”, esclarece Sandra.
Além de homenagear a fibra, garra e força de Maria Felipa, Joana Angélica e Maria Quitéria, o painel da artista também é uma homenagem aos profissionais da imprensa. Segundo ela, “a classe jornalística é peça-chave para o entendimento do mundo, uma vez que trabalha garantindo o direito à informação e impulsiona o conhecimento sobre a História, sobre as lutas que foram travadas no passado para a conquista dos direitos e avanços que moldaram a sociedade moderna”.
Pintura como linguagem artística
Fora a capacidade de materializar histórias, Sandra destaca que a pintura é uma linguagem artística que tem capacidades terapêuticas, ao menos na sua rotina. “Pintar, além de minha paixão e trabalho, é meu espaço de fuga do estresse cotidiano e também uma arte que desperta a imaginação e gera reflexão”, diz a artista.
Nesse cenário, a designer de superfícies conta que seu objetivo é levar a sua arte para todos os cantos do Brasil, inclusive capacitando outras mulheres para o mercado de trabalho. Com esse propósito, ela já ministrou cursos em diversas cidades do País e segue em busca de capacitação.
“Quero que todo mundo possa contemplar a paz que a arte traz, bem como a reflexão que ela promove sobre a vida, o cotidiano, o País. E quero entregar tudo isso com técnica e qualidade. Por isso, pretendo fazer mais cursos, como a oficina livre de artes plásticas da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A arte é cíclica, está sempre em atualização. E eu, como artista, quero acompanhá-la”, ressalta Sandra.