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Rússia lança míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia pela primeira vez na guerra

Rússia lança míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia pela primeira vez na guerra
Da Redação

Da Redação

21/11/2024 12:47pm

A Rússia disparou nesta quinta-feira (21) um míssil balístico intercontinental contra a cidade de Dnipro, na Ucrânia, segundo informações da Força Aérea ucraniana. Trata-se da primeira utilização desse tipo de armamento, de capacidade nuclear e alcance superior a 5.600 km, desde o início da guerra em 2022.

O ataque partiu da região de Astrakhan, no sul da Rússia, a mais de 1.000 km do alvo, e atingiu infraestruturas críticas e instalações industriais em Dnipro, conforme relatos de autoridades locais. Dois civis ficaram feridos, e incêndios foram registrados em uma área industrial, informou o governador regional Serhiy Lysak.

Mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs, na sigla em inglês) são projetados para carregar ogivas nucleares e alcançar grandes distâncias. Segundo a enciclopédia Britannica, apenas Rússia, Estados Unidos e China possuem essa tecnologia.

Fontes da Força Aérea ucraniana afirmaram que o míssil lançado não estava equipado com uma ogiva nuclear. Mesmo assim, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky criticou a escalada do conflito, chamando o presidente russo Vladimir Putin de “insano” e acusando-o de desrespeitar a vida humana.

Especialistas internacionais destacaram a gravidade do lançamento. Andrey Baklitskiy, pesquisador do Instituto de Pesquisa para Desarmamento da ONU, chamou a ação de “sem precedentes”. Ele questionou a lógica de empregar uma arma tão cara e precisa contra um alvo não estratégico.

Nos últimos dias, a Ucrânia intensificou ataques a territórios russos usando mísseis de longo alcance, como os ATACMS, fornecidos pelos Estados Unidos, e Storm Shadow, do Reino Unido. Esses ataques geraram novas ameaças de Moscou, que já havia alertado que tal ação seria vista como uma escalada significativa.

A tensão se agrava com o recente envio de tropas norte-coreanas para auxiliar a Rússia, segundo autoridades dos EUA. Como resposta, o presidente Vladimir Putin anunciou uma nova doutrina que flexibiliza o uso do arsenal nuclear russo, permitindo seu emprego até mesmo em resposta a ataques convencionais.

A guerra, que alcançou recentemente 1.000 dias, entra em um momento de maior complexidade política e militar. Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump prometeu encerrar o conflito caso retorne ao poder, sem detalhar como. Enquanto isso, Ucrânia e Rússia buscam fortalecer suas posições antes de possíveis negociações futuras.

A Rússia não se pronunciou oficialmente sobre o lançamento do míssil intercontinental até o momento, e a Ucrânia segue monitorando a situação. O cenário atual reforça a imprevisibilidade do conflito e eleva os riscos de uma escalada global.