Para ampliar o número de crianças atendidas e realizar ainda mais cirurgias cardíacas, o Martagão Gesteira realizará nesta quinta-feira (23) o tradicional Jantar do Bem. Em sua quinta edição, o evento contará com a participação do tenor Thiago Arancam, da gastronomia dos chefs Fabrício Lemos e Lisiane Arouca, e da arte de Menelaw Sete, em uma noite especial em prol do hospital. Todo o valor arrecadado será destinado à realização de mais cirurgias cardíacas. Atualmente, o hospital, que oferece 27 especialidades médicas e realiza 500 mil atendimentos anuais, enfrenta um déficit de R$ 15 milhões.
Somente no ano de 2023, o hospital foi responsável por 42% das cirurgias cardíacas realizadas pelo SUS em todo o estado, considerando a faixa pediátrica. "Meu filho fez a cirurgia com apenas nove dias de nascido. Foi entubado e agora teve alta. Ele representa tudo na minha vida. Sonhava em ter esse filho. É o meu guerreiro. A força dele me inspirava. Foi um milagre que Deus me deu. O Martagão foi uma grande fonte de força. Tudo aconteceu muito rapidamente, desde os exames até a cirurgia. Sentimos-nos muito bem acolhidos. Mesmo após a alta, continuaremos sendo acompanhados. O hospital nunca nos abandonou", acrescentou a técnica de enfermagem Adenildes Cardoso, de 24 anos, mãe de Anthony, paciente do Martagão.
Mila Simões, coordenadora do setor de cardiopediatria do Martagão, relembra que, há pouco mais de uma década, as cirurgias cardíacas pediátricas no estado eram escassas, resultando em uma longa fila de espera. "Isso afetava os pacientes, pois não eram operados no momento certo".
Em 2012, o Martagão lançou a campanha '600 Corações', em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), visando operar um maior número de pacientes. "Desde então, conseguimos aumentar a complexidade das cirurgias realizadas. Passamos a operar bebês com casos mais graves. Capacitamos a UTI e melhoramos toda a infraestrutura", destaca Mila.
Um serviço é considerado de grande porte quando realiza mais de 120 cirurgias cardíacas por ano. "Desde 2017, alcançamos essa meta e, atualmente, realizamos mais de 200 casos por ano. Agora, nossa intenção é expandir ainda mais e acolher um número ainda maior de pacientes", enfatiza a cardiopediatra.
Queitiane Carneiro, diretora operacional do Martagão, ressalta que o valor repassado pelo SUS não é suficiente para cobrir os custos da instituição. "Por esse motivo, realizamos campanhas, ações e projetos todos os anos para arrecadar fundos, contando sempre com o apoio da sociedade baiana e das empresas. O Martagão é o resultado de muitos esforços em prol de uma única causa: a saúde das crianças", conclui.