Por que pular sete ondas virou tradição no Ano-Novo e como fazer o ritual
Costume de Réveillon mistura fé, cultura e desejo de renovação e é praticado em praias de todo o Brasil
📷 Alma Preta
Com a chegada do Réveillon, muitas praias brasileiras se enchem de pessoas que não apenas esperam a virada do ano, mas também vivem uma tradição particular: pular sete ondas à beira-mar. O costume, que já faz parte da celebração em diversas cidades litorâneas, carrega significados de renovação, pedidos e conexão com forças maiores, e é praticado com especial fervor em destinos como Salvador e outras capitais do Nordeste e Sudeste.
A tradição tem origem em rituais ligados às religiões de matriz africana e ao culto às águas — sobretudo ao mar como elemento de purificação e força vital. No contexto do Réveillon, pular as ondas representa simbolicamente a passagem para um novo ciclo, deixando para trás o que não serve mais e fazendo pedidos para o ano que se inicia. A cada salto, espera-se que uma intenção seja renovada ou um desejo seja manifestado para o futuro.
Como fazer o ritual das sete ondas
Escolha a praia — mares calmos e águas limpas tornam a experiência mais agradável e tranquila.
Vista-se de branco (opcional) — a tradição de usar roupas claras também simboliza paz e boas energias.
Dirija-se ao mar com atenção e respeito às condições de segurança, evitando entrar em ondas muito grandes ou profundas.
Pule sete ondas consecutivas — tradicionalmente, cada onda representa um pedido ou um desejo para o novo ano.
Respire fundo e agradeça — muitos gostam de aproveitar o momento para refletir, respirar o ar da virada e sentir a atmosfera de renovação.
A escolha por sete ondas não é aleatória: o número sete aparece em diferentes tradições e cosmologias como símbolo de plenitude, ciclos completos e equilíbrio. Ao incorporar esse ritual no Réveillon, os participantes criam uma ponte entre sua vida pessoal, sua fé e o desejo de um ano novo com boas perspectivas.
Tradição e convivência
Embora muito associada ao sincretismo religioso, a prática de pular sete ondas também se disseminou fora de contextos religiosos específicos e hoje é vivida por pessoas de diferentes crenças — um gesto de esperança, reflexão e pertencimento às paisagens brasileiras no último dia do ano.
Em Salvador, por exemplo, a tradição costuma se misturar às celebrações de réveillon nas praias urbanas e ao som dos fogos à beira-mar, criando um cenário em que fé, cultura e festa caminham lado a lado. Seja seguido como um ritual religioso ou como símbolo de boas vibrações para o ano que se inicia, pular as sete ondas é mais do que um costume — é uma forma de celebrar a vida sob o olhar do novo ciclo que começa.