Após um período de fechamento devido aos preparativos para as comemorações do 2 de Julho – a Independência da Bahia, o Memorial Pavilhão 2 de Julho, localizado no Largo da Lapinha, reabrirá suas portas nesta quarta-feira (10), a partir das 10h. O evento de reabertura incluirá uma visita guiada especial para o Batalhão Quebra-Ferro, grupo fundamental na celebração e na história do memorial.
Durante este mês, o Memorial receberá também outros grupos representativos das festividades, como fanfarras, balizas e comunidades indígenas. O horário de funcionamento é de terça a domingo, das 10h às 17h, com entrada permitida até às 16h. A entrada é gratuita mediante agendamento, que deve ser realizado pelo e-mail [email protected].
Com o objetivo de destacar a importância histórica da Guerra da Independência da Bahia e o cortejo anual que celebra este evento histórico de 1823, o memorial completará um ano de funcionamento no próximo dia 17, recebendo um número significativo de visitantes, tanto em grupos quanto individuais, interessados em uma imersão na história do Brasil na Bahia. Entre julho de 2023 e junho de 2024, aproximadamente 8,3 mil pessoas visitaram o local.
Segundo Renata Camarotti, coordenadora de Equipamentos Culturais da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), o memorial é uma homenagem principalmente às pessoas que mantêm viva essa celebração. "Estamos falando dos puxadores de carros, aderecistas, devotos, regentes, músicos, balizas e, é claro, do povo baiano, que torna essa festa um momento de memória, celebração e reivindicação social a cada ano", explica.
Os visitantes têm acesso a espaços que narram a história da luta do povo baiano pela Independência do Brasil, iniciada em 7 de setembro de 1822 e concluída com a campanha no Nordeste, especialmente em 2 de julho de 1823 na Bahia.
No primeiro pavimento, os visitantes encontram uma exposição que retrata a história da festa, incluindo carros alegóricos com imagens da Cabocla e do Caboclo, símbolos da miscigenação do povo, além de bandeiras com palavras, frases e imagens de pessoas que contribuem para a festividade. Este pavimento também abriga uma área dedicada ao percurso do cortejo, com um totem interativo que permite aos visitantes seguir o trajeto do 2 de Julho, identificando locais, edificações e outras referências históricas.
No segundo pavimento, placas coloridas exibem palavras de ordem, trechos de hinos e celebrações que destacam o caráter cívico da festa. Uma exposição interativa apresenta a celebração através de um mosaico de tablets, fotos e espelhos, onde os visitantes podem ouvir histórias e entrevistas de pessoas comuns, especialistas e líderes comunitários, registradas e preservadas no museu.
O terceiro pavimento apresenta elementos que evocam as fachadas e janelas de onde os moradores do centro antigo assistem aos desfiles do 2 de Julho. Uma instalação cenográfica inclui documentos, fotografias e pinturas que proporcionam uma experiência imersiva no trajeto do cortejo. Dois totens interativos fornecem informações sobre os 200 anos de história em uma linha do tempo digital.
Batalhão Quebra-Ferro
O Batalhão Quebra-Ferro, composto principalmente por servidores da Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman), desempenha um papel crucial nos festejos do 2 de Julho. Eles são responsáveis por conduzir os carros da Cabocla e do Caboclo durante o desfile que percorre o trajeto Lapinha-Campo Grande-Lapinha. Para seus membros, este evento não é apenas uma coordenação logística, mas uma oportunidade única de se reunir com suas famílias em torno de um propósito comum: honrar a história e a identidade baianas, transmitindo o legado de coragem, resiliência e determinação para as gerações futuras.
O Batalhão Quebra-Ferro também une a celebração da Independência com a devoção e espiritualidade, celebrando orixás e caboclos durante o desfile, que atrai muitas pessoas para agradecer e fazer pedidos.