Foto: Fernando Barbosa
O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBa), deu início ao processo para reconhecer o Ofício de Oleiros e Oleiras de Maragogipinho como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. A abertura do processo foi formalizada no Diário Oficial desta quinta-feira (14), destacando o valor cultural e econômico da cerâmica para a região.
Segundo Marcelo Lemos, diretor-geral do IPAC, o registro representa um marco para a preservação e valorização da cultura de Maragogipinho. “Esse é um reconhecimento essencial para uma prática rica e identitária. Este primeiro passo destaca o valor da cerâmica para a comunidade e a forte ligação dos moradores com seu território”, afirmou.
O parecer técnico, elaborado pela antropóloga Adriana Cerqueira, gerente de Patrimônio Imaterial do IPAC, reforça a importância do ofício dos Mestres Oleiros de Maragogipinho. A prática da cerâmica é uma tradição secular, transmitida de geração em geração, com famílias inteiras envolvidas nas olarias. Um exemplo é o mestre oleiro Sr. Almerentino, o mais antigo da comunidade, que aprendeu a moldar caxixis, pequenas peças de cerâmica, aos 7 anos.
Davi Lima, presidente da Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho (AAMOM), destacou a relevância do processo para os artesãos locais: “Esse reconhecimento nos fortalece e resguarda uma história viva, passada de geração em geração. A patrimonialização é um marco importante para a comunidade, que depende do artesanato para seu sustento e preservação cultural”.