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Impulsionado pelo agronegócio, setor de fretes rodoviários cresce 67,5% no 1º semestre de 2021

Impulsionado pelo agronegócio, setor de fretes rodoviários cresce 67,5% no 1º semestre de 2021
Da Redação

Da Redação

20/08/2021 10:30am

Em sua quarta edição, o Relatório FreteBras, realizado pela plataforma de transportes de cargas da América do Sul, FreteBras, revelou que houve aumento de 67,5% no volume de fretes, no Brasil, nos primeiros seis meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Durante live realizada nesta quinta-feira (19) e acompanhada pela equipe do INEWSBR, o diretor de operações da empresa, Bruno Hacad, disse que o crescimento do setor foi impulsionado, principalmente, pelo agronegócio, que é responsável por 37% dos fretes registrados na plataforma no mesmo período.

O estudo analisou 3,44 milhões de fretes durante o primeiro semestre de 2021 e indicou que a pandemia e a recuperação econômica, após o aumento da vacinação contra a Covid-19, impulsionaram o mercado. Os estados com o maior volume de fretes, no semestre, foram São Paulo (21,50%), Minas Gerais (15,7%) e Paraná (13,2%), mas houve aumento em diversas outras regiões também.

Em Tocantins, por exemplo, o crescimento foi de 6% na área plantada, que gerou um aumento de 170% nos fretes originados no estado. No Piauí, o aumento de 10,4% na produção dos grãos, fez o volume de fretes subir 145%. Já em Sergipe, o início das operações da nova fábrica de fertilizantes nitrogenados da Unigel gerou um salto nos fretes do estado de 132%.

De abril a junho, no Espírito Santo, houve crescimento de 171%, impulsionados por um aumento de 44% na produção de papel e celulose e de cerca de 39% na extração de minerais não metálicos, como o granito. Outro destaque do 2T21 foi Santa Catarina, que teve aumento na produção industrial de 26% e, com ela, os fretes saltaram 160% em comparação com o mesmo período do ano passado.

“À medida que a vacinação ganhou força, a economia começou a responder. No primeiro semestre, a FreteBras distribuiu cerca de R$28 bilhões em fretes e considerando apenas o segundo trimestre, tivemos um volume de fretes 83% maior que no mesmo período de 2020”, explica Bruno Hacad.

Segundo ele, considerando a expectativa do Ministério da Economia, com o Produto Interno Bruto crescendo entre 5% e 5,5% até o final do ano, a expectativa é que haja um aumento do volume de fretes no segundo semestre.

“A retomada da economia significa mais cargas nas estradas. Esperamos alcançar a marca de 10 milhões de anúncios publicados e R$ 80 bilhões em fretes negociados por meio da nossa plataforma até o final do ano”, acredita Hacad. Isso porque, os gastos com logística representam, atualmente, 12% do PIB e o setor foi um dos que foi impulsionado pela pandemia, principalmente por conta do avanço do e-commerce, que incluiu 13 milhões de brasileiros nas compras pela internet.

Setores da economia

No agronegócio, que puxou a oferta de fretes no período, movimentando cerca de R$ 10,8 bilhões, sendo os estados mais significativos para o desempenho do segmento o Rio Grande do Sul (15%), Paraná (15%) e São Paulo (14%), os produtos mais transportados foram fertilizantes (29%), que segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), bateram o recorde histórico na importação desde 2011, com a soja (13%) e depois o milho (10%). Na comparação entre o primeiro semestre deste ano com o mesmo período em 2020, os fretes do agronegócio aumentaram 65%.

A segunda categoria mais representativa é a dos produtos industrializados, que originaram 27% dos fretes, no primeiro semestre deste ano. Os produtos mais transportados no período foram os alimentícios (17%), siderúrgicos (12%) e máquinas e equipamentos (11%). Os estados de maior destaque no desempenho do segmento foram São Paulo (27%), Rio Grande do Sul (14%) e Minas Gerais (11,20%). Na comparação com o primeiro semestre de 2020, o setor teve crescimento de 67,77% no volume de transportes.

Os fretes de insumos para construção ficaram em terceiro lugar no ranking das categorias que mais transportaram cargas no primeiro semestre, com 12% dos anúncios registrados na FreteBras. No período, os produtos mais transportados foram cimento (39%), telhas (7%) e pisos (6%). Em relação aos primeiros seis meses do ano anterior, houve crescimento de 84% no volume de fretes da categoria e os estados que mais carregaram insumos no setor foram Minas Gerais (49,38%), São Paulo (12,54%) e Paraná (6,75%).

Principais portos

De acordo com o levantamento, nos seis primeiros meses de 2021, a movimentação de fretes foi intensa nos portos de Paranaguá-PR, Rio Grande-RS e Santos-SP. O porto de Paranaguá, por exemplo, representa, junto com o porto de Antonina, também no estado do Paraná, 31% da importação de adubos e fertilizantes do Brasil.

Com isso, os fretes deste produto, originados em Paranaguá, dobraram quando comparados os primeiros semestres de 2020 e 2021, passando de 24 mil para 48 mil. Também houve aumento de 43% nos fretes de soja com destino ao porto de Paranaguá, que passaram de 16 mil, no primeiro semestre de 2020, para 22 mil, na primeira metade deste ano.

No porto de Rio Grande, os produtos mais importados também foram adubos e fertilizantes, com um aumento de 300% no período, passando de 5 mil fretes, no primeiro semestre do ano passado, para 21 mil no mesmo período de 2021. O estado do Rio Grande do Sul se consolidou como um dos maiores produtores de soja do país.

No entanto, o relatório da FreteBras indicou uma mudança no escoamento do produto na região. Os fretes da soja com destino ao porto de Rio Grande caíram 30% em comparação com 2020, porém, os fretes da oleaginosa com destino a outras localidades do Brasil aumentaram 62%.

Já no porto de Santos, os fretes de adubos e fertilizantes, segundo produto mais importado no local, aumentaram 111% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. Fretes de soja com destino à baixada santista tiveram aumento de 76% no período, enquanto os de açúcar aumentaram 85%.

Com informações do iNews.