Aloha Náutica impulsiona setor náutico na Bahia e apoia documentário premiado
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O Ilê Axé Odé Ominsilê celebra, em 2022, 30 anos de história como um dos terreiros mais tradicionais do Brasil. No dia 29 de outubro, uma celebração será realizada no seu barracão na Estrada Velha do Aeroporto, em Salvador, para comemorar a trajetória da casa.
A criação do Ilê Axé Odé Ominsilê está atrelada à história de vida de Pai Luis de Logun, filho da Iyalorixá Odete de Exú, que foi responsável pela sua iniciação no Candomblé Ketu para o orixá Logun-edé, em 1985.
O babalorixá se consagrou então sacerdote do culto aos orixás ao receber em 1992 o seu daká das mãos de Mãe Odete, uma das mais respeitadas mães de santo da Bahia, para dar continuidade à tradição do seu avô em linhagem espiritual, o lendário Manuel Rufino.
Ao fundar seu primeiro barracão, no Cabula, Pai Luis não imaginava o tamanho da missão que se iniciava. Ao se sentirem tocadas pelo poder de Pai Logun-edé e de Pai Boiadeiro, muitas pessoas foram em busca de tratamentos para seus males do espírito, e assim encontravam amparo não só de um babalorixá, mas também de um amigo, bom ouvinte e conselheiro. Dessa forma, a família cresceu rapidamente e o espaço, mesmo com as sucessivas reformas, tornou-se pequeno para a grandiosidade das celebrações realizadas no local.
Assim, em 12 de outubro de 2000, Pai Luis inaugurou seu barracão na Estrada Velha do Aeroporto, onde anualmente são oferecidos dois bois ao Caboclo Boiadeiro, tornando-se o único babalorixá da Bahia a manter dois terreiros em atividade simultaneamente. Pai Luis expressa seu orgulho também nos seus mais de 700 filhos iniciados, todos registrados na Federação do Culto Afro, e nos mais de trinta dakás conferidos. Entre os inúmeros filhos, netos e bisnetos que ajudou a iniciar, estão Adelmo Casé, Márcia Short e Graça do Ilê Aiyê.
Nascido em Bom Jesus dos Pobres, no Recôncavo Baiano, o jovem Luis Carlos deu seus primeiros passos na estrada que o levaria ao sacerdócio ainda criança. O filho mais velho de cinco irmãos, ele é de origem humilde, e seus pais viviam da pesca e da mariscagem. Aos oito anos de idade incorporou pela primeira vez seu Caboclo Boiadeiro nas sessões de Umbanda que frequentava em uma tenda ao lado de sua residência. Porém, ao enfrentar muita resistência por parte de seu pai, que chegava a trancá-lo em um quarto para frequentar as sessões, Pai Luis se afastou do culto até que, com o falecimento precoce do seu pai, retomou sua jornada aos doze anos.
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