Fotos: Wuiga Rubini
As investigações criminais na Bahia passaram a contar com mais agilidade, precisão e eficiência graças à incorporação de tecnologias avançadas adquiridas pelo Governo do Estado. O investimento, realizado por meio do Departamento de Polícia Técnica (DPT), órgão vinculado à Secretaria da Segurança Pública (SSP), inclui scanners tridimensionais, microscópios comparadores balísticos e coletores de projéteis de última geração.
Segundo o diretor-geral do DPT, Osvaldo Silva, os avanços tecnológicos têm impactado diretamente a qualidade do trabalho pericial realizado no estado. “Nos últimos dois anos, temos apostado fortemente na atualização de equipamentos. São ferramentas que fazem toda a diferença na comparação de vestígios, no escaneamento preciso de cenas de crime e no acesso remoto a dados via tablet, o que torna a atuação dos peritos mais ágil e precisa”, destacou.
Com um investimento superior a R$ 1,5 milhão, o Governo da Bahia adquiriu cinco scanners 3D. Dois deles foram destinados ao Instituto de Criminalística Afrânio Peixoto (ICAP), em Salvador, e os outros três distribuídos entre as Coordenadorias Regionais de Polícia Técnica de Feira de Santana, Vitória da Conquista e Itabuna.
Sediado em Salvador, o ICAP é responsável pela realização de exames, estudos e pesquisas periciais na capital e Região Metropolitana. A unidade atua em áreas como balística forense, perícias contábeis, crimes contra a vida, o patrimônio e o meio ambiente.
Tecnologia a serviço da perícia
Entre os destaques, os scanners tridimensionais permitem a reprodução fiel das cenas de crime, com mapeamento preciso por meio de feixes de laser, mesmo sob baixa luminosidade. “Em casos como acidentes de trânsito, o equipamento registra toda a extensão da pista em alta definição. E o perito pode revisar o local diversas vezes por meio de um tablet conectado ao sistema”, explicou Ríbil Januário, diretor adjunto do ICAP.
Outro avanço é o microscópio comparador balístico, que possibilita a análise detalhada das marcas deixadas em projéteis e estojos de munição. Integrado ao Sistema de Identificação Balística (IBIS), o equipamento cruza dados com um banco de imagens nacional, sediado em Brasília, que reúne informações de 40 laboratórios em todo o país.
“Recentemente, identificamos que quatro vítimas assassinadas em 2022, sem qualquer relação aparente entre si, foram mortas com a mesma arma. Isso só foi possível graças à análise minuciosa com o microscópio e à base de dados integrada, contribuindo para a elucidação do caso”, afirmou a diretora do ICAP, Magali Brito.
Eficiência na coleta de projéteis
O coletor balístico, também conhecido como túnel de disparo, é outra ferramenta que tem acelerado o processo pericial. Utilizado para a obtenção de projéteis disparados por armas suspeitas, o equipamento é preenchido com um líquido de alta densidade, capaz de amortecer o impacto da bala e facilitar sua coleta.
“Antes, esse processo era feito com algodões e levava até duas horas. Hoje, com o coletor balístico, leva apenas dois minutos, o que representa um grande ganho de tempo e eficiência”, detalhou Magali.
Com os novos investimentos, o Governo do Estado reforça o compromisso com a modernização dos processos investigativos e o fortalecimento das instituições de segurança pública, contribuindo para a resolução de crimes e a promoção da justiça na Bahia.