FGM intensifica ações de acessibilidade cultural em Salvador

Fotos: Carla Lucena/FGM

A Fundação Gregório de Mattos (FGM) tem se destacado na promoção da acessibilidade cultural em Salvador. Nos últimos anos, a FGM tem investido em diversas oficinas de capacitação, tanto presenciais quanto virtuais, disponíveis no canal do YouTube da Fundação. Essas oficinas são voltadas para gerentes, técnicos e proponentes de editais, com o objetivo de criar ambientes inclusivos e acessíveis para pessoas com deficiência. As atividades são conduzidas pela Adarte Acessibilidade Cultural, sediada em Salvador.

Durante os encontros, são discutidos temas como a identificação das pessoas com deficiência, as leis de acessibilidade no contexto cultural, o capacitismo e as barreiras arquitetônicas, urbanísticas, comunicacionais e comportamentais que segregam esse público. O objetivo é integrar as pessoas com deficiência na produção e no acesso à cultura.

Sandra Rosa, ministrante das oficinas, destaca a necessidade de uma mudança de paradigma na sociedade, reconhecendo que as pessoas com deficiência são sujeitos de direito e devem ter oportunidades iguais e equitativas no acesso aos bens culturais. "Se vamos produzir um espetáculo, que seja para todos", enfatiza.

Para isso, a FGM garante medidas de acessibilidade, como o uso de ferramentas digitais acessíveis e a colaboração de intérpretes de Libras e audiodescritores nos projetos. Essas ferramentas foram exploradas detalhadamente durante os encontros.

Júlio César Marques, assessor técnico da FGM, reflete sobre a importância dessas ações. "A proximidade com os recursos e as informações discutidas são instrumentos para transformar práticas excludentes em parte prioritária do respeito à diversidade e à inclusão", afirma.

Edital Inclusivo - Os editais da Política Nacional Aldir Blanc, abertos pela FGM no primeiro semestre de 2024, exigem que as propostas incluam obrigatoriamente medidas de acessibilidade, destinando no mínimo 10% do valor total da proposta para essa finalidade. Além disso, é reservado 5% das vagas para proponentes com deficiência, conforme estabelecido pela Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) e pela Instrução Normativa nº 10 do Ministério da Cultura.

Novos Equipamentos - Neste ano, a FGM adquiriu um sistema de interpretação simultânea para audiodescrição, que estará disponível para produções nos espaços culturais mantidos pela Fundação. Chicco Assis, diretor de Patrimônio e Gerência de Equipamentos Culturais da FGM, ressalta a importância dessa aquisição. "Foi um passo crucial para garantir a plena fruição, acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência nas atividades culturais", pontua.

Ednilson Sacramento, jornalista e consultor em audiodescrição, vê essas iniciativas como uma reparação de direitos. "Por muitos anos, essa população foi impedida de acessar as produções culturais", conclui.