Últimas notícias

Feira Artesanato da Bahia – Edição Indígena celebra saberes ancestrais até domingo (27)

Feira Artesanato da Bahia – Edição Indígena celebra saberes ancestrais até domingo (27)
Da Redação

Da Redação

27/04/2025 12:05pm

Fotos: Wuiga Rubini / GOVBA

Até este domingo (27), a área externa do Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória, em Salvador, recebe a Feira Artesanato da Bahia – Edição Indígena, que reúne 30 artesãs e artesãos representantes de diversos povos originários. O evento integra o Abril do Artesanato Indígena, promovido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (Setre), e celebra a riqueza cultural e a resistência dos povos indígenas.

Entre os expositores está Cicilha Pataxó, artesã e estudante de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que destaca a importância do fazer manual como forma de preservar a memória de seu povo. “Cada peça que faço carrega a história do meu território. O artesanato também me ajuda a continuar na universidade e a viver em Salvador, uma cidade difícil para quem vem da aldeia”, afirma.

O público poderá conhecer e adquirir peças únicas, produzidas com técnicas tradicionais e materiais nativos. Estão à venda adornos corporais feitos com sementes, maracás, colares, cerâmicas com pigmento de tauá, esculturas em madeira, trançados em fibras naturais, instrumentos musicais, entre outros itens que expressam a diversidade cultural dos povos Tupinambá, Tumbalalá, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Kariri-Xocó, Xuku-Kariri, Kiriri, Pataxó, Tuxá, Xukurú, Funiô, Kaimbé, Tapuya e Tuxi.

Para o titular da Setre, Augusto Vasconcelos, a iniciativa reforça o apoio às atividades que promovem a geração de renda e a preservação cultural: “O artesanato indígena é um patrimônio imaterial do nosso estado. Apoiar esses artesãos é fortalecer identidades e reconhecer o protagonismo dos povos originários na economia criativa baiana”.

A secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, também enfatiza o valor simbólico da feira. “Celebrar a arte indígena é reconhecer a resistência desses povos. O que vemos aqui é a continuidade de práticas ancestrais mantidas vivas pelas mãos de mulheres e homens que transformam o cotidiano em arte”, destaca.

Mais do que um espaço de comercialização, a feira proporciona um ambiente de diálogo entre visitantes e artesãos. Para Nininha Kiriri, que expõe esculturas de argila aprendidas com sua avó ainda na infância, o contato direto com o público é essencial: “É importante ter espaços onde podemos contar nós mesmos a história por trás de cada peça”.