A nova campanha do Bradesco mostra a mudança de tom das respostas da BIA, sua inteligência artificial, posicionando-se de forma contundente contra o assédio. Em 2020, a BIA recebeu em torno de 95 mil mensagens de ofensas e assédio sexual. Ainda que ela não seja uma mulher real, isso ressalta a realidade que as mulheres enfrentam.
O filme criado pela Publicis estreou na última segunda-feira (5) mostra agressões verbais reais sofridas pela BIA e quais eram as respostas dadas. Em seguida, o vídeo apresenta as novas respostas. Antes quando ela recebia algum xingamento, a resposta era “Não entendi, poderia repetir?”. A partir de agora, o posicionamento é sem subserviência ou passividade. “Essas palavras não podem ser usadas comigo e com mais ninguém” e “Para você pode ser uma brincadeira. Para mim, foi violento” são algumas das novas devolutivas.
A ação está alinhada com a iniciativa “Hey Update My Voice”, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ela foi lançada a partir do estudo ‘I’d Blush If I Could’ (‘Eu ficaria corada, se pudesse) mostrando evidências do assédio sexual sofrido pelas assistentes virtuais. A Unesco sugeriu às empresas um conjunto de recomendações para atualizarem as respostas de suas assistentes, com o objetivo de combater situações de violência e preconceito e ajudar a educar.
A campanha do Bradesco traz mulheres de verdade no filme, representando as que sofrem assédio no dia a dia. O trabalho envolveu os times de recursos humanos, marketing e tecnologia do banco, em linha com movimentos corporativos como o #AliadosPeloRespeito e as frentes de RH com a Universidade Corporativa Bradesco (Unibrad), com ações e posicionamentos que provocam reflexões sobre gênero, etnias, pessoas com deficiência e LGBTI+.
“Através dessa iniciativa, o Bradesco amplifica ainda mais as vozes da sociedade e joga luz sobre um tema que precisa ser combatido com coragem, sem hesitação, promovendo atitudes mais respeitosas frente a situações de assédio”, comenta Márcio Parizotto, diretor de Marketing do banco.
A estratégia prevê anúncios, OOH, ativações nas redes sociais com vídeos de funcionárias do banco mostrando os bastidores do projeto e uma landing page com o manifesto do posicionamento, conteúdos sobre as formas de assédio, canais de denúncia e projetos sobre o tema.
Ações no digital
Esta semana, o banco vai convidar pelo Twitter as inteligências artificiais de outras marcas para se juntarem a este movimento de combate ao assédio. Na quinta (8), no YouTube, haverá uma live com Rita Batista como host e convidadas como a atriz Glamour Garcia e a psicanalista Vera Laconelli, debatendo seus pontos de vista e dando dicas de comportamento contra o assédio.
Além disso, a partir de 26 de abril, vai ao ar no Spotify uma temporada de podcasts. Com Mariana Torquato como host, influenciadoras conversam a respeito do tema e mostram como as IAs estão mudando para combater essa violência, incentivando que mulheres se unam para fazer o mesmo.
De acordo com a diretor de Recursos Humanos do Bradesco, Juliano Marcílio, a campanha com a BIA faz parte de uma iniciativa muito maior do banco, que já acontece há alguns anos, no combate à violência contra a mulher. “São diversas ações, como a adesão aos Princípios de Empoderamento Feminino, ao movimento He for She da ONU Mulheres, à Coalizão Empresarial pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, à Unstereotype Alliance, a assinatura da Convenção Coletiva Aditiva sobre Violência Doméstica e Familiar com a Mulher e a parceria com o Instituto Maria da Penha. Ampliamos a cada dia nossas ações educacionais com atitudes e o compromisso genuíno para a construção de uma sociedade madura e respeitosa”, comenta.
Dentro de casa, as iniciativas ganharam o lema “Violência contra a Mulher. É da nossa conta”. São promovidos diversos eventos internos e externos, debates com profissionais qualificados no tema e participação dos departamentos de RH e Marketing. As campanhas de comunicação e conscientização também fazem parte do projeto.