O espetáculo, criado pelo Bando de Teatro Olodum para a comemoração do Bicentenário do Dois de Julho, tem texto de Daniel Arcades, direção de coreografia de Zebrinha, direção musical de Jarbas Bittencourt e direção artística de Valdineia Soriano, Cássia Valle e Leno Sacramento. Além das participações de Érico Brás, Tonho Matéria, Lázaro Ramos e a banda mirim do Olodum
Hoje, 30, às 19h, na Praça do Campo Grande, o Bando de Teatro Olodum estreia o espetáculo‘' A Resistência Cabocla". A peça faz parte da programação de comemoração do Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, organizada pela Fundação Gregório de Mattos, da Prefeitura de Salvador. Será uma grande celebração, em praça pública, da participação popular, negra e indigena, nas lutas pela libertação do país. No palco, mais de 30 artistas do teatro, da dança e da música, em uma encenação com a marca do Bando de Teatro Olodum.
Na peça, o elenco do Bando de Teatro Olodum dará vida a heróis e heroínas ainda ausentes nos livros de História e nas narrativas sobre a independência do Brasil. O espetáculo dará destaque a personagens como Maria Felipa, Maria Quitéria, Joana Angélica, o corneteiro Luís Lopes e o indígena Bartolomeu, representante dos primeiros defensores das terras e da natureza do Brasil.
O músico e compositor, Jarbas Bittencourt, diretor musical de A Resistência Cabocla compôs arranjos e canções inéditas para o espetáculo e reuniu um grupo de talentosos músicos para a execução ao vivo da trilha, que une referências clássicas e percussivas.
“O espetáculo vai ser extremamente musical e muitas canções são autorais. Vamos ressaltar esse teatro cheio de músicas e movimentos que o Bando de Teatro Olodum faz há 33 anos. As canções são repletas de representações culturais e trazem referências dos povos pretos e indígenas. Além da trajetória de mais de três décadas do Bando na pesquisa sobre a performance negra, dois artistas indígenas, que integram o elenco, contribuíram com suas vivências para enriquecer nossa criação. É um espetáculo político que homenageia aqueles que lutaram pela liberdade”, explica Jarbas Bittencourt.
A banda, que tocará ao vivo no palco do Campo Grande, terá a cantora Irma Ferreira, o cantor Josehr Santos, os músicos Jordan Hohenfeld (guitarra, violão, flauta transversal e surdos) e Mário Soares (violino), Welber Crêu (baixo, pandeiro, cavaquinho e caixa), Daniel Vieira, Nine (Percussão) e os tambores da banda mirim do Olodum. Como convidados especiais o cantor e compositor Tonho Matéria e o ator e cantor Érico Brás, artista formado pelo Bando de Teatro Olodum e que ganhou projeção nacional em filmes e novelas e como apresentador de tv.
Os artistas indígenas que integram A Resistência Cabocla são Isabela Santana, atriz e poeta da comunidade Pataxó de Itapitanga, no sul da Bahia, e Luiz Caboclo de Cobre, ator e músico nascido em Itajuípe, na Bahia e integrante da comunidade indígena de Xukuru-Kariri, em Palmeiras dos índios, em Alagoas.
“Sinto-me abraçado por esse grupo de teatro negro para falar de mundos possíveis, com os diversos olhares da nossa história e reverter essa invisibilidade das presenças negras e indígenas”, comemora Caboclo de Cobre, sobre a aliança afro-indígena no espetáculo A Resistência Cabocla.
Além da voz off de Lázaro Ramos, artista também revelado pelo Bando de Teatro Olodum, o elenco dividirá o palco com os dançarinos da Uzarte, grupo artístico do Subúrbio de Salvador, que desde 2014 vem reunindo pela arte, jovens e crianças de comunidades da periferia da cidade.
O texto da peça é inédito e foi feito pelo dramaturgo Daniel Arcades, especialmente para essa celebração dos 200 anos, com pesquisa de Mabel Freitas, direção de Cássia Valle, Valdinéia Soriano e Leno Sacramento, direção musical de Jarbas Bittencourt, direção de coreografia do mestre Zebrinha (José Carlos Arandiba), além de figurino, cenário e adereços de Zuarte Júnior e a direção de produção de Sibele Américo, da Mil Produções Artísticas.