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Abrasel, ABBD e Abrabe promovem capacitação gratuita para identificar bebidas falsificadas e proteger consumidores

Abrasel, ABBD e Abrabe promovem capacitação gratuita para identificar bebidas falsificadas e proteger consumidores
Da Redação

Da Redação

02/10/2025 6:08pm

Foto: Abrasel / Divulgação

Empresários e trabalhadores do setor de alimentos e bebidas estão recebendo orientações práticas para identificar produtos falsificados e adotar protocolos de segurança. A ação faz parte de uma série de treinamentos online promovidos pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), pela Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe). Os cursos são gratuitos, com certificação, e devem se estender ao longo da semana.

Ministrada por Daniel Monferrari, head de Proteção às Marcas e Segurança Corporativa da Diageo, a primeira edição reuniu mais de duas mil pessoas. O especialista apresentou orientações detalhadas sobre como identificar sinais de adulteração em garrafas, tampas, rótulos e no próprio líquido das bebidas.

Segundo Monferrari, a tampa é o primeiro ponto de análise: produtos originais possuem acabamento preciso, sem amassamentos, com arte impressa em alta qualidade. A presença de lacres plásticos sobre tampas decoradas pode indicar falsificação. Outro item essencial é o selo fiscal, obrigatório em bebidas destiladas importadas — o autêntico, produzido pela Casa da Moeda, exibe holografia progressiva com uma única letra visível por vez. Se todas as letras ("R", "F" e "B") estiverem visíveis simultaneamente, há forte indício de falsificação.

A capacitação também destaca a importância da análise do líquido e do nível de enchimento. Garrafas da mesma marca devem apresentar coloração uniforme e líquidos translúcidos, sem impurezas. Variações visuais entre unidades semelhantes são sinais de alerta. Já os rótulos e contrarrótulos devem conter informações obrigatórias, como ingredientes, origem, e número de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), sempre em português e sem erros ortográficos.

Além das questões técnicas, os treinamentos chamam atenção para os riscos legais, sanitários e econômicos do mercado ilegal de bebidas. Estabelecimentos que compram de canais informais ou não adotam critérios de verificação podem ser responsabilizados criminalmente, além de colocar em risco a saúde de seus clientes. "O mercado ilegal não apenas coloca em risco a saúde pública, como também alimenta redes criminosas, fragiliza a concorrência leal e compromete a arrecadação tributária", alertou Daniel Monferrari.

Outro ponto central abordado foi o descarte correto das garrafas vazias. De acordo com o especialista, 100% das bebidas falsificadas encontradas em operações policiais utilizavam garrafas originais reutilizadas. Para evitar isso, bares e restaurantes devem adotar políticas de descarte que incluam a destruição de rótulos e outras formas de descaracterização das embalagens. Programas como Eco Pontos e Eco Gestos foram citados como alternativas seguras.

Prevenção começa com informação

Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, a iniciativa reforça o compromisso do setor com a segurança alimentar e a transparência nas relações comerciais: “Assumimos a responsabilidade de orientar os estabelecimentos sobre como agir em casos suspeitos. A prevenção começa com informação correta. Queremos que bares e restaurantes estejam preparados para reconhecer sinais de adulteração e evitem prejuízos aos negócios e à saúde da população”.

Já o presidente da ABBD, Eduardo Cidade, destacou a importância de fortalecer a atuação do setor produtivo formal frente à criminalidade: “É essencial separar o setor que cumpre rigorosos padrões de qualidade daquele que atua à margem da lei. O mercado ilegal coloca em risco a saúde dos consumidores e prejudica a arrecadação. Um produto falsificado pode ser vendido com até 48% de desconto em relação ao original, alimentando a concorrência desleal”, afirmou.

A capacitação promovida por Abrasel, ABBD e Abrabe é uma das principais iniciativas do setor no combate ao mercado de bebidas ilegais no Brasil e deve ganhar novas edições nos próximos meses.