Foto: Formula1
A Fórmula 1 anunciou uma parceria estratégica com a The Walt Disney Company que promete transformar a forma como o esporte se conecta com o público global. A partir de 2026, personagens clássicos da Disney, como Mickey Mouse, passarão a integrar conteúdos, experiências e produtos oficiais da principal categoria do automobilismo mundial. A iniciativa une duas das maiores potências do entretenimento em uma colaboração de alcance inédito.
Desde que foi adquirida pela Liberty Media em 2017, a categoria investe em formatos que dialogam com gerações mais jovens. O sucesso da série Drive to Survive, da Netflix, foi um marco: elevou a audiência da F1 entre o público de 16 a 35 anos e contribuiu para um aumento de 40% no número de fãs globais entre 2019 e 2022, segundo dados da Nielsen Sports.
O acordo com a Disney se encaixa nesta lógica de expansão. Se estima que Mickey Mouse e seus derivados gerem mais de US$ 5 bilhões por ano em produtos licenciados, conforme levantamento da License Global. Já a F1, com 24 etapas em 21 países na temporada de 2024, atraiu mais de 6 milhões de espectadores presencialmente nos circuitos e alcançou uma audiência acumulada de mais de 1,5 bilhão de pessoas nas transmissões televisivas. As redes sociais da categoria somam 66 milhões de seguidores ativos.
Para a Disney, a parceria oferece um canal direto com uma base de fãs consolidada e majoritariamente masculina, perfil que pode complementar a atuação de suas franquias no mercado global. A presidente de produtos de consumo da empresa, Tasia Filippatos, afirmou que “a colaboração será desdobrada em um palco internacional”, sugerindo uma presença ativa da Disney em eventos da F1, coleções temáticas e campanhas globais.
As estimativas mais recentes da Formula One Group apontam uma receita anual de US$ 3,2 bilhões em 2023, com expectativa de crescimento contínuo até 2026. A aliança com a Disney, que teve receita total de US$ 88,9 bilhões no mesmo ano fiscal, cria uma convergência de públicos, plataformas e monetização em escala internacional.
Analistas apontam que a parceria pode resultar em novos formatos de engajamento, de animações com temática automobilística a experiências em parques temáticos da Disney com simuladores de F1. A presença de personagens em circuitos, boxes e fan zones também deve ampliar a atratividade dos eventos para famílias e crianças, especialmente em mercados estratégicos como Estados Unidos, Brasil, Emirados Árabes e Japão. O que se vê é um casamento de marcas que entendem a força da narrativa, do espetáculo e da emoção como ativos centrais para competir no mercado global de atenção.