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O Baú do Raul confirma mais dois artistas: Pedro Pondé e Maurício Baia

O Baú do Raul confirma mais dois artistas: Pedro Pondé e Maurício Baia
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

19/10/2023 2:11pm

Baia cantou no primeiro espetáculo O Baú do Raul, há 31 anos, no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Pedro Pondé ouvia Raul Seixas na vitrola do seu pai desde pequeno e, no dia 12 de novembro, sobe pela primeira vez num palco baiano para interpretar o rei do rock brasileiro. Ambos trazem a verve do rock e da irreverência na veia e têm na obra raulseixista uma fonte de pesquisa e inspiração. O que se pode esperar das participações que farão na Concha Acústica do TCA no show O Baú do Raul são interpretações na intensidade do que a música transgressora de Raulzito gerou nas suas vidas como artistas.

“Raul é uma das maiores referências para mim como artista, pela inquietude social dele, pelas críticas, pela irreverência, pela inteligência, pelo humor que ele soube empregar nas músicas, no trabalho dele. Era um cientista disposto a fazer experiências com outros estilos, e é daí que nasce o novo. Ele foi um inovador, um visionário, um cara à frente do seu tempo que admiro muito. Lembro que quando eu era pequeno, meu pai escutava muito o Raul e, desde então, aquelas letras me intrigavam. Lembro que ganhei de presente também um livrinho sobre os pensamentos dele e pude me aprofundar mais na pessoa Raul. De certa forma, a minha visão de mundo hoje, minha formação como pessoa, como artista, como cidadão, se deve também a essa influência fortíssima de Raul”, comenta Pondé.

“O primeiro Baú do Raul foi há 31 anos, em Salvador, e depois foi para o Rio, onde entrei com 19 anos. Eu tinha a banda Baia & Rockboys, fomos ao escritório do Circo Voador, falamos com a Maria Juçá, que me apresentou a Kika Seixas e ela falou que já não tinha espaço para nenhuma atração. Eu falei para tocarmos depois que acabasse toda a programação do festival e ela topou. E aí o que era para ser três a cinco músicas, acabou virando uma hora e meia, e fomos chamados para o dia seguinte também. Foram nos dias 21 e 22 de agosto de 1992. Depois, eu fiz praticamente todos as edições do Baú do Raul, gravei o DVD em 2004, no qual eu cantei Ouro de Tolo, fiz uma cena com terno e gravata onde eu rasgo tudo no final, e participei depois do segundo DVD com duas músicas, S.O.S. e Loteria da Babilônia. Essa vai ser a primeira vez que vou fazer o Baú do Raul em Salvador, tenho uma ligação muito grande com todos, e estou muito feliz”, celebra Baia, que nasceu em Salvador, morou muitos anos no Rio de Janeiro e hoje reside nos Estados Unidos.

Além de Baia e Pedro Pondé, o compositor, poeta e escritor pernambucano Lirinha, vocalista do grupo Cordel do Fogo Encantado, está entre os convidados confirmados da DJ Vivi Seixas, filha caçula de Raul Seixas, grande anfitriã da noite, que também faz uma esperada participação nesta que será a segunda edição baiana do O Baú do Raul, desde que o projeto estreou também na Concha Acústica, em 1992.

“Eu tinha 11 anos de idade quando fui no primeiro tributo ao meu pai na Concha Acústica, minha mãe Kika que criou esse evento. Eu era uma pirralha de calça jeans rasgada, fingindo que era roqueira, tinha perdido meu pai fazia 3 anos. Pra mim vai ser muito emocionante voltar a Salvador para prestar essa homenagem a ele no local onde tudo começou. Mais emocionante ainda ser uma das hostess do evento e receber tantos artistas maravilhosos e talentosos. Tenho certeza que será uma noite linda, do jeito que meu pai merece!”, celebra Vivi.

O show do dia 12 de novembro é a primeira ação de um projeto maior - "O Baú do Raul - Raul Seixas 10.080 Anos - Salvador", que irá movimentar a cena musical baiana para comemorar os 80 anos de nascimento do astro Maluco Beleza, que seriam completados em 2025. A intenção é fazer da Concha Acústica o reduto mais delirante de raulseixistas apaixonados, todos dispostos a encher os pulmões para cantar e celebrar a eternidade da obra desse artista genial, que deixou uma marca única no mundo e no coração dos seus fãs. Afinal, na metamorfose ambulante que é a vida, o que não muda é o amor e admiração do público pelo eterno Raulzito.