Ópera 'Amor Azul' com Gilberto Gil será transmitida ao vivo
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O filme As Órfãs da Rainha, da diretora, produtora e roteirista mineira Elza Cataldo, conta a saga de Leonor, Brites e Mécia, três irmãs protegidas pela Rainha de Portugal, que vêm obrigadas ao Brasil com a ordem de se casar.
Criadas como católicas, mas sem apagarem os indícios da religião judaica, as irmãs acabam se tornando alvo da desconfiança do temido inquisidor, Heitor Furtado de Mendonça, que chega à Bahia espalhando medo e insegurança. O filme tem lançamento em Salvador no dia 24 de agosto, no cine Glauber Rocha. E ganha pré-estreia, para convidados, um dia antes - 23 de agosto, às 19h - no mesmo local.
“O filme As Órfãs da Rainha representa minha paixão pelo cinema e meu compromisso com a história das mulheres. Ao abordar a comovente trajetória de três irmãs enviadas a contragosto para o Brasil Colônia pela rainha de Portugal, espero emocionar o público e contribuir para a reflexão de temas como a violência contra as mulheres e a intolerância, infelizmente ainda atuais”, afirma Elza Cataldo.
Classificado pela Ancine como o nono filme brasileiro mais visto no Brasil, em julho de 2023, As Órfãs da Rainha se passa no século XVI, na Vila Morena, lugarejo fictício situado no Recôncavo Baiano. No entanto, as filmagens foram realizadas na Zona da Mata de Minas Gerais, em uma antiga fazenda localizada na zona rural de Tocantins, onde uma vila cenográfica foi construída. "Nós transformamos uma fazenda em Tocantins, Minas Gerais, num pedaço do Recôncavo Baiano graças a um trabalho imenso realizado por um conjunto de talentosos profissionais e coordenado pelo diretor de arte Moacyr Gramacho", conta a diretora.
Direção de arte baiana
Para o arquiteto e cenógrafo baiano Moacyr Gramacho, fazer a direção de arte de um filme de época foi um grande desafio. “As Órfãs da Rainha” implicou num processo colaborativo nacional, Bahia, Minas, São Paulo, Brasília. Poder construir a cenografia com técnicas tradicionais de construção com terra, pau a pique, taipa, promovendo uma troca entre a pesquisa e a tradição enraizada dos saberes locais. Foi um mergulho artístico que imprimiu uma percepção táctil na telona. Ter podido realizar esse feito com uma equipe de base baiana, enaltece mais ainda esse feito”, afirma Gramacho.
Com o objetivo de assegurar a fidelidade ao lastro histórico, Elza conta que chegou a ler mais de 300 livros. No processo de elaboração do roteiro, o filme contou com uma consultoria composta pelo historiador Ronaldo Vainfas, especialista no tema Inquisição; pela escritora e historiadora Mary del Priore, especialista em história das mulheres; e pelo rabino Uri Lam, formado em psicologia com mestrado em filosofia.
A realização de As Órfãs da Rainha contou com o apoio do Polo Audiovisual Zona da Mata. Com distribuição da Cineart Filmes, o filme realizado pela produtora Persona Filmes, da própria Elza Cataldo, e viabilizado por meio do patrocínio da Energisa, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e de editais da Ancine/FSA/BRDE.
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