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Festival de vídeo mapping de Salvador ocupa as telas em agosto

Festival de vídeo mapping de Salvador ocupa as telas em agosto
Da Redação

Da Redação

11/08/2021 2:14pm

Primeiro e maior festival de vídeo mapping da Bahia, o SSA Mapping está de volta de 24 a 29 de agosto, exclusivamente em formato digital, com programação 100% online e gratuita, e exibição no canal do YouTube do Festival às 19h30. Aliando artes visuais, tecnologia, música e performances, o SSA Mapping chega a sua 3a edição convidando artistas e público a mergulharem nas memórias de lutas do povo baiano, mirando seus projetores na fachada do Solar da Quinta do Tanque, que abriga a segunda maior instituição arquivista do país: o Arquivo Público do Estado da Bahia – APEB.

Mais uma vez, artistas da Bahia, do Brasil e do mundo irão projetar luzes e movimento em prédios emblemáticos da capital baiana. “A escolha do Solar da Quinta do Tanque segue a nossa política de ocupação de espaços públicos que carregam em si anos de História. E o Solar ainda traz esse diferencial de abarcar as memórias diversas, ao longo da nossa trajetória enquanto povo e sociedade, nos mais de 40 milhões de documentos do Arquivo Público do Estado. Ou seja, não só o prédio, como o que está dentro dele tem valor imensurável”, destaca a produtora e uma das idealizadoras do Festival, Lívia Cunha, que também assina a direção de programação artística e de comunicação. “Além da bagagem histórica do Solar, o seu formato em ‘U’ traz um desafio técnico e estrutural inédito pra gente, expandindo as projeções da fachada da frente até as laterais do prédio”, completa o produtor e diretor técnico do Festival, Zé Enrique Iglesias.

A Mostra Principal reúne VJ Gabiru, artista baiano participante desde a 1a edição; o coletivo romeno MotionLab, formado por diretores criativos, animadores e designers interativos; e um duo formado pela carioca Carol Santana e a brasiliense VJ Grazzi (vencedora da Mostra Aberta 2018), com curadoria de Roberta Carvalho e a participação especial, nas vozes, de Gilberto Gil e Fran. Na Mostra Especial, participam o Coletivo Multimanas, formado por VJs mulheres de todo o Brasil; e o alagoano Weber Bagetti, premiado em 2018 na Mostra Aberta, que também participou da edição 2017 e agora retorna como convidado. Já a Mostra Especial Internacional conta com a parceria do Consulado Geral da República Federal da Alemanha em Recife, reunindo o coletivo de arquitetos-VJs Ruestungsschmie.de, participante da Mostra Aberta de 2018 e que, este ano, traz uma obra multi-dimensional e multi-perspectiva; e ainda o artista visual berlinense Philipp Geist, vencedor do Prêmio Alemão de Desenho de Luz de 2013, pioneiro na técnica e conhecido dos brasileiros após projetar no Cristo Redentor em 2014.

Na Mostra Aberta, foram mais de 120 obras inscritas via Chamada Pública, das quais 41 selecionadas, reunindo artistas de Salvador e interior da Bahia aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais e o Distrito Federal, além de participações internacionais da Tailândia, Itália, França, Espanha e Colômbia. As obras trafegam pelas diversas linguagens visuais (vídeos, fotografias, videoperformances, videoarte, vídeo remix, desenhos, gravuras, gravura digital, animações 2D, 3D, arte virtual, gifs, imagem digital, entre outras) e concorrem a duas premiações, no valor de R$ 2 mil, definidas a partir de um júri composto pelos artistas da Mostra Principal e a curadora Roberta Carvalho, e mais uma votação aberta ao público, via YouTube, após seleção prévia do júri.

A programação ainda conta com as performances “Interação Música-Imagem”: espetáculos musicais e visuais pensados de forma conjunta. A cantora baiana Nara Couto se apresenta sob as luzes, cores e projeções da carioca Lê Pantoja. Já o rapper baiano Yan Cloud sobe ao palco em parceria com o Coletivo Bonke Music, cercado pelas projeções criadas pelo Muviu Estúdio Criativo e dirigidas por Bruno Zambelli.

O SSA Mapping também traz um bate-papo ao vivo com o Coletivo Multimanas sobre processos criativos de coletivos em quarentena; uma palestra com o coletivo alemão de arquitetos-Vjs sobre arquitetura e vídeo mapping; duas videoaulas da VJ University sobre princípios básicos de Cinema 4D e uso de câmeras em 360º. Todas as atividades são gratuitas e, após o encerramento do Festival, seguirão disponíveis no canal do YouTube.

Realizado pela Baluart Produtora e Agência Ilimitado, o Festival SSA Mapping tem apoio financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.


Tecnologia, memória e arte

Em sua 1a edição, em 2017, o SSA Mapping ocupou a Praça Municipal, ponto de fundação de Salvador, com projeções na fachada do Palácio Rio Branco, prédio que originalmente foi sede do Governo baiano. Já em 2018, nove projetores se fizeram necessários para mapear a fachada do Fórum Ruy Barbosa, no Campo da Pólvora. As duas edições do Festival contaram com a participação de 50 artistas na Mostra Aberta e quatro obras premiadas, 12 artistas na Mostra Principal, três performances “Interação Música-Imagem”, seis rolés por pontos históricos da cidade (passeios guiados), bate papo entre artistas e público, e seis oficinas gratuitas. No total, o público foi de mais de 20 mil pessoas.

“Este ano, já que não podemos vivenciar as ruas e ocupar as praças, tivemos o cuidado de escolher um espaço fechado e, portanto, sem riscos de aglomeração. Então, pedimos licença para sermos recebidos em cada casa, transformando memórias em arte e projetando, da ‘tela’ do Solar da Quinta do Tanque, para todas as telas”, pontua a diretora administrativa do Festival, Fernanda Félix.

Erguido por jesuítas no século 16, o Solar é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Desde 1980, abriga o Arquivo Público do Estado da Bahia, onde estão conservados os registros da trajetória de combatividade e resistência do povo baiano, em insurgências e revoluções como a Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates - sec. 18), a Revolta dos Malês (1835), a Greve Negra de 1857 e o Quebra Bondes de 1930.

“Partindo destes conteúdos, convidamos os artistas que estão criando obras para a Mostra Aberta a refletir por que, apesar da nossa trajetória de insurgências e movimentos populares de tomada de poder, sentimos, tantas vezes, uma sensação de impotência e inércia? Não é uma imposição temática, apenas uma sugestão. Afinal, é sempre válido questionar: como acender a faísca para novas insurgências?”, provoca Lívia Cunha. “É como se, atrás daquela fachada que receberá as nossas projeções, morasse a faísca que, a qualquer momento, pode fazer incendiar o nosso desejo por igualdade e liberdade plena. Então, ao jogar luz sobre essas memórias invisibilizadas, o SSA Mapping aposta na criação artística como um caminho para alcançar a transformação social que almejamos”, enfatiza a diretora de programação artística e de comunicação do Festival.


Serviço:

Festival SSA Mapping 2021

Data: 24 a 29 de agosto

Programação (28 e 29 de agosto, às 19h30):

  • Mostra Principal: VJ Gabiru, MotionLab e Carol Santana + VJ Grazzi

  • Mostra Especial: Coletivo Multimanas e Weber Bagetti

  • Mostra Especial Internacional (parceria com o Consulado Geral da República Federal da Alemanha em Recife): ruestungsschmie.de e Philipp Geist

  • Mostra Aberta: 41 artistas (Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais e o Distrito Federal + Tailândia, Itália, França, Espanha e Colômbia)

  • Interação Música-Imagem:

    • Yan Cloud e Coletivo Bonke Music + Muviu Estúdio Criativo e Bruno Zambelli

    • Nara Couto + Lê Pantoja

  • Atividades extras (de 24 a 27 de agosto, às 19h30): Bate-papo ao vivo com o Coletivo Multimanas + palestra com o coletivo alemão de arquitetos-Vjs ruestungsschmie.de + vídeo-aulas da VJ University

Transmissão: YouTube SSA Mapping (youtube/ssamapping)

Mais informações: Instagram SSA Mapping (instagram.com/ssamapping)