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Banda Mel celebra 40 anos de samba-reggae com show histórico na Concha Acústica

Banda Mel celebra 40 anos de samba-reggae com show histórico na Concha Acústica
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

14/09/2024 5:15pm

Foto: Felipe Oliveira

Na última sexta-feira (13), a Concha Acústica do Teatro Castro Alves foi palco de uma noite inesquecível para a música baiana. A Banda Mel, um dos grupos pioneiros do samba-reggae, comemorou seus 40 anos de carreira com um show especial que reuniu grandes nomes da música, como Daniela Mercury, Luiz Caldas e a percussão poderosa das meninas da Didá. A apresentação, intitulada “Origens”, marcou a gravação de um novo audiovisual, celebrando não apenas a trajetória do grupo, mas também a história do gênero que ajudaram a popularizar.

Com Márcia Short e Robson Morais à frente, a Banda Mel levou o público em uma viagem pelos maiores sucessos da sua carreira, muitos dos quais ainda figuram entre as canções mais tocadas no Brasil. Sob a direção de Fred Soares, o show foi dividido em três blocos temáticos que narraram diferentes aspectos da música e cultura baiana.

Três blocos que contam a história da Bahia

O primeiro bloco, "Ancestrais", trouxe uma reverência às festas populares e aos elementos do sagrado e profano que permeiam a cultura local. Hits como "Festa na Bahia", "Inspiração" e "Veraneio" embalaram o público, evocando a atmosfera calorosa da Bahia.

Na sequência, o bloco "Preta" destacou o orgulho da negritude, sempre presente nas composições da Banda Mel. Canções como "Mulher Primazia", "Ginga e Expressão" e "Nação Rastafari" ressaltaram a força e a beleza da identidade afro-brasileira, temas recorrentes na história do samba-reggae.

Fechando a noite em clima carnavalesco, o bloco "Delícias do Sol" trouxe a energia contagiante dos hits imortais da banda. "Prefixo de Verão", "Baianidade Nagô", "Faraó" e "Crença e Fé" transformaram a Concha Acústica em uma verdadeira festa, com o público cantando e dançando junto.

Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a participação de Daniela Mercury. A rainha do axé dividiu o palco com Márcia Short em uma nova versão do clássico "Crença e Fé". A música, que Daniela já havia gravado em seu álbum "Sol da Liberdade" (2000), ganhou ainda mais força com a potência vocal de ambas. Mercury também trouxe seu hit "Música de Rua" para o setlist, aumentando ainda mais a euforia do público.

Outro destaque foi Luiz Caldas, que se juntou a Robson Morais para uma nova versão de "Prefixo de Verão", uma das músicas mais emblemáticas do Carnaval de Salvador. O público, é claro, cantou junto do início ao fim. Caldas também apresentou "Haja Amor", sucesso de sua carreira solo, antes de ceder espaço para a inédita "Olodum Bom Blues", que contou com a participação vibrante da banda feminina Didá.

A cenografia, assinada por Pedro Caldas, aliada à vídeo cenografia de Del Nudes, Dodô Villar e Menelaw Sete, criou um cenário que transportou o público por quatro décadas de samba-reggae. As coreografias de Edileuza Santos, executadas por um corpo de baile que mesclou a ancestralidade africana com movimentos contemporâneos, reforçaram o caráter imersivo do show.

Com essa celebração, a Banda Mel reafirmou sua importância na música brasileira e mostrou que, mesmo após 40 anos, continua sendo uma das grandes referências do samba-reggae e do carnaval baiano. A noite foi uma homenagem ao passado, uma celebração do presente e um olhar esperançoso para o futuro da cultura afro-baiana.