O cenário da indústria da construção civil na Bahia foi mote ontem do encontro realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia - Sinduscon-BA e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC. Na ocasião, foi celebrado os 70 anos da entidade na sede da Sinduscon-BA, com a presença do presidente do Sinduscon-BA, Alexandre Landim, do presidente da CBIC, José Carlos Martins, da economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, e do CEO da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu.
Na programação, que contou com uma avaliação do cenário da indústria de construção, foram apresentados dados como PIB, geração de empregos, segmentos do setor que mais têm gerado vagas, entre outras informações relativas ao desempenho econômico da construção, também com abrangência nacional.
Entre os assuntos debatidos no evento está as mudanças nos preços dos imóveis em Salvador. Segundo a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, o preço de novos imóveis em Salvador pode aumentar uma vez que o índice de variação não está acompanhando o aumento do custo das matérias-primas.
"Enquanto o índice internacional de custo da construção aumentou 21,76% desde julho do ano passado, o preço de imóveis em Salvador aumentou apenas 6,21%, ou seja, o aumento de preço não está acompanhando o aumento de custos", pontuou a especialista.
Ainda segundo o levantamento divulgado pela CBIC, Salvador é a 5º região com a menor variação nos reajustes dos imóveis, desde 2020. No ranking, Belo Horizonte lidera com um percentual de 15,89%, seguido por Curitiba, com 12,94%, e Rio de Janeiro e São Paulo, que empatam com 10,57% de reajustes.
Para Ieda, a tendência do mercado imobiliário na capital baiana é aumentar. "Essa é a tendência econômica. Quem dita o preço é o mercado. Diante de um estoque baixo com uma defasagem de preço em função de insumos deste tamanho, o momento para comprar é o estoque atual porque os novos lançamentos não têm como virem com essa defasagem de preço. Nenhuma cidade consegue repassar tudo, mas algumas conseguiram chegar perto. Agora, Salvador é o que está mais distante. É uma distância muito grande entre o custo e o preço", ponderou.
A economista ainda revelou dados inéditos sobre o panorama da construção civil na Bahia, estado que responde por 5%, equivalente a R$ 12,488 bilhões, do Produto Interno Bruto Nacional (PIB), que gira em torno dos R$ 248,643 bilhões. O estado baiano é o maior setor da construção civil do Nordeste, onde produz 30% do PIB total da região. A Bahia tem quase 104 mil trabalhadores com carteira assinada, mais de 49 mil estão em Salvador.
"Salvador responde por 37% do total de trabalhadores de carteira assinada no estado, um total de 1,822 milhão de carteiras assinadas em todas as atividades na Bahia, sendo 7% na construção civil e em 2021, registrou um aumento de 3,7% na construção civil na Bahia cresceu 13,7%", completou Ieda.