Cidade e turismo

Celebração dos 64 anos de independência do Benin na Casa do Benin

Celebração dos 64 anos de independência do Benin na Casa do Benin
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

02/08/2024 7:20pm

Fotos: Lucas Moura / Secom PMS

A Casa do Benin, administrada pela Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult) através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), celebrou na última quinta-feira (1º) os 64 anos de independência do Benin. O evento contou com a participação de beninenses e incluiu uma série de atividades ao longo do dia, como conferências, desfile de moda africana, depoimentos de empreendedores e entrega de certificados.

A cerimônia de abertura teve a presença de Chicco Assis, diretor de Patrimônio e Espaços Públicos da FGM; Igor Tiago Gonçalves, gestor da Casa do Benin; e Codjo Olivier Sossa, presidente da Diáspora Beninense. Seguiu-se uma conferência sobre Vodun e Candomblé com Abiola Yayi, que possui uma forte ligação com a Casa do Benin, já que seus pais foram os primeiros beninenses a gerir o espaço.

"Neste 1º de agosto, comemoramos 64 anos da independência do Benin e, pela primeira vez, celebramos junto com a Diáspora Beninense no Brasil, aqui na Casa do Benin, que completou 36 anos em maio. Beninenses de todo o país estão presentes hoje para celebrar esta data", afirmou Igor Tiago.

Ele destacou que, embora esta seja a primeira parceria para a realização do evento, a data já faz parte do calendário da Casa do Benin, que compreende a importância de comemorar a independência do Benin. "No ano passado, abrimos a exposição Lapso Temporal em celebração aos 35 anos da casa e à emancipação do país africano. Este ano, a diáspora se uniu a nós para potencializar o dia. A ideia é fortalecer esta data e celebrar com mais intensidade nos próximos anos", acrescentou.

Olivier Sossa ressaltou a importância do evento. "Para nós, é fundamental comemorar esta data em um local tão especial. Após 64 anos de independência, tivemos progressos e desafios. Este é um espaço para troca de ideias e planejamento de políticas públicas para o futuro da nossa nação. Criamos um grupo com 600 beninenses no Brasil, através do qual divulgamos o evento, permitindo que muitos conhecessem o espaço pela primeira vez."

Ele também destacou a forte relação cultural e ancestral entre o Benin e o Brasil. "A história do Brasil começou com a escravidão de beninenses e de pessoas de todo o continente africano. Celebrar aqui é muito importante", afirmou.

À tarde, o evento apresentou um desfile de moda com modelos beninenses, exibindo estampas vibrantes e tons de branco, acompanhados de acessórios. O estilista Abbé Tossa, que chegou ao Brasil em 2012 através de um programa de intercâmbio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), destacou a importância da moda africana como expressão de identidade e resistência.

A programação foi encerrada com depoimentos de empreendedores, conferências, entrega de certificados e uma cerimônia com a presença do presidente da FGM, Fernando Guerreiro. A Casa do Benin, localizada na Rua Padre Agostinho Gomes, 17, no Pelourinho, continua a ser um espaço vital de intercâmbio entre as culturas africanas e brasileiras.