TikTok Shop não quer só vender produto, mas lifestyle
Foto: Divulgação Com a chegada oficial da TikTok Shop ao Brasil, nesta quinta-feira (08/05) a plataforma entra no e-commerce mirando R$ 3 bilhões em transações...
Foto: Alpha School / Divulgação
Na Alpha School, no Texas, ninguém mais aprende com giz e lousa. Lá, a autoridade não usa gravata nem dá bronca, mas responde com algoritmo. Cada aluno tem um tutor digital exclusivo, que analisa erros, acertos e até o tempo que demora para resolver um exercício.
O plano de aula não é igual para todos e é refeito diariamente, com base no que cada aluno precisa. Resultado? Os alunos estão entre os melhores do país, com notas que superam a média nacional no SAT (Scholastic Assessment Test), o exame que abre as portas das universidades, equivalente ao ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
Esta escola cortou o tempo de sala pela metade. Em duas horas, os estudantes vencem as disciplinas obrigatórias. Depois disto, o currículo vira laboratório: programação, desafios de lógica, simulações de liderança, projetos de arte e negócios. O foco não é passar no vestibular, mas entender o mundo, agir sobre ele, criar soluções reais. O ambiente lembra menos uma escola tradicional e mais uma mistura de startup com centro de pesquisa juvenil.
E isto não é caso isolado. Nos Emirados Árabes, o uso de IA nas salas já é regra. Na China, algoritmos avaliam até as expressões faciais dos alunos para medir engajamento. O mercado de educação digital explodiu e saltou para US$ 163 bilhões em 2023 e deve chegar a US$ 550 bilhões até 2033. A revolução já começou, e quem ficar de fora não vai perder apenas tecnologia, mas o controle da narrativa, autonomia e soberania sobre o que se ensina.
Só que por trás dos gráficos de desempenho surgem questões mais complexas. Quem escreve os códigos que decidem o que seu filho vai estudar? Quais interesses estão nos algoritmos? O discurso da personalização individual esconde o risco da escola vira um negócio de dados, no qual o aluno é consumidor e o conteúdo, produto.
Fora isto, o acesso desigual à tecnologia empurra milhões de estudantes para a margem, dados da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostram que 1,3 bilhão de estudantes no mundo todo não tem acesso à internet em casa. E há também o apagamento do professor que ouve, provoca, improvisa, subverte. A IA corrige testes, mas não consegue revolucionar o ensino.
A Alpha School não está vendendo apenas software, mas propondo um novo contrato com o conhecimento. Menos fila, menos cartaz de boas-vindas, menos maçã na mesa da professora. Mais autonomia, mais precisão, mais eficiência. Mas também mais vigilância, mais dependência e menos humanidade. A questão não é se este modelo vai chegar, ele já chegou. A questão agora é: a sociedade vai aceitar como progresso inevitável ou disputar o que significa educar em um mundo dominado por máquinas?
Foto: Divulgação Com a chegada oficial da TikTok Shop ao Brasil, nesta quinta-feira (08/05) a plataforma entra no e-commerce mirando R$ 3 bilhões em transações...
Fotos: Grupo André Guimarães / Divulgação Pioneirismo e tecnologia marcam o novo capítulo da experiência de moradia em Salvador. O Art Studio, empreendimento d...
Foto: Bruno Concha / Secom PMS Salvador será a primeira cidade a sediar o Inventivos Talks – Tendências do SXSW 2025, evento gratuito que acontece nesta s...