Dia Mundial da Água: UNICEF beneficia 250 mil pessoas com acesso adequado a água e saneamento

Foto: Leonardo Munoz/AFP

No Brasil, 2,8 milhões de crianças vivem sem acesso adequado à água, um problema ainda mais grave nas áreas rurais, conforme dados divulgados pelo UNICEF em janeiro deste ano. Para enfrentar esse desafio, a organização trabalha para garantir o acesso seguro aos serviços de água, saneamento e higiene. Em 2024, mais de 250 mil pessoas foram beneficiadas em oito estados brasileiros, incluindo cerca de 75 mil crianças e adolescentes.

O UNICEF desenvolve suas ações em diversas realidades, desde comunidades rurais e territórios com escasso acesso a serviços públicos, até áreas afetadas por crises e emergências. O objetivo é melhorar a infraestrutura de água e saneamento, por meio de soluções como cisternas para armazenar água da chuva e sistemas de bombeamento movidos a energia solar. O trabalho inclui também capacitar as populações locais e agentes públicos para operar e manter essas soluções, além de monitorar e tratar a água captada de forma adequada.

Entre as ações realizadas em 2024, destacam-se as soluções implementadas em territórios indígenas e ribeirinhos impactados por eventos climáticos extremos, como a seca na Amazônia e as enchentes no Rio Grande do Sul.

Em escolas e unidades de saúde nas regiões Norte e Nordeste, o UNICEF priorizou soluções para melhorar o acesso a água, saneamento e higiene, além de investir na capacitação de gestores e profissionais da área de saúde e educação, fortalecendo suas capacidades para melhorar os serviços disponíveis. Em algumas escolas, a organização também trabalhou junto a alunos e a comunidade escolar para promover discussões sobre higiene e saúde menstrual.

As iniciativas do UNICEF em 2024 beneficiaram escolas, unidades de saúde, comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas de estados como Pará, Amazonas, Amapá, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Roraima e Rio Grande do Sul.

"Nosso trabalho é voltado para fortalecer as políticas públicas de acesso a água e ao saneamento, para que cada criança e adolescente no Brasil tenha esse direito garantido", afirmou Rodrigo Resende, Oficial de Água, Saneamento e Higiene do UNICEF no Brasil. "Sem água potável e saneamento seguro, os direitos das crianças, como saúde, alimentação e educação, ficam comprometidos. Por isso, atuamos nas comunidades mais vulneráveis, alcançando tantas pessoas em 2024, em diversas partes do país."

Exemplos do trabalho do UNICEF em 2024

• Região Amazônica: Em resposta à seca, mais de 64 mil pessoas foram apoiadas para aprimorar soluções alternativas de abastecimento de água. O UNICEF entregou tecnologias solares para captação de água em 196 comunidades indígenas e ribeirinhas, garantindo acesso à água potável mesmo durante as secas que impedem o transporte de combustível para as bombas de água.

• Rio Grande do Sul: O UNICEF apoiou mais de 29 mil pessoas, com foco em bairros urbanos vulneráveis e comunidades ribeirinhas, incluindo indígenas. A capacitação de profissionais de saúde em práticas de higiene e cuidados com a água também foi priorizada.

• Roraima: Mais de 22 mil crianças e adolescentes migrantes da Venezuela foram apoiados com acesso a água, saneamento e higiene em condições de grande vulnerabilidade.

• Manaus e Pará: Em parceria com a gestão municipal, melhorias no acesso à água foram implementadas em escolas públicas da periferia de Manaus, enquanto no território indígena Munduruku, no Pará, profissionais de saúde e agentes comunitários foram capacitados para melhorar os sistemas de abastecimento de água em suas comunidades.

• Nordeste: Em 57 escolas do Pernambuco, Maranhão e Bahia, o UNICEF investiu na infraestrutura de água e banheiros, além de promover práticas de higiene e saúde menstrual, beneficiando diretamente cerca de 5 mil crianças e adolescentes.

O UNICEF conta com o apoio de doadores individuais, parceiros corporativos como o Grupo Profarma, Takeda, Samauma e AEGEA, além de organizações internacionais como o Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (Echo) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid).

Desafios e avanços

Apesar dos avanços, o número de crianças e adolescentes sem acesso à água diminuiu 31,5% entre 2017 e 2023 no Brasil. No entanto, 2,8 milhões ainda enfrentam dificuldades. Aproximadamente 1,5 milhão de crianças vive em residências sem acesso à água canalizada, e outros 1,2 milhão têm acesso à água apenas no terreno ou na área externa de suas casas, conforme o estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil, publicado pelo UNICEF em janeiro de 2025.