Saúde

Pacientes baianos participarão de estudo global sobre vacina para câncer de pele

Pacientes baianos participarão de estudo global sobre vacina para câncer de pele
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

10/12/2024 1:15pm

Pacientes diagnosticados com câncer de pele na Bahia serão incluídos em um estudo mundial que avaliará a eficácia e segurança de uma vacina inovadora contra o câncer de pele não melanoma, especificamente do subtipo carcinoma escamocelular. A pesquisa será realizada simultaneamente em diversos países, com potencial para revolucionar o tratamento dessa doença.

A vacina em estudo utiliza tecnologia similar à empregada no desenvolvimento de imunizantes contra a COVID-19, mas com uma abordagem personalizada. Cada dose será produzida individualmente, considerando as características específicas de cada paciente. Ensaios preliminares em casos de melanoma demonstraram que essa terapia é capaz de fortalecer o sistema imunológico no combate ao câncer, com segurança comprovada.

Na Bahia, o ETICA Pesquisa e Ensino, um centro independente sem fins lucrativos localizado em Salvador, será responsável por conduzir o estudo. De acordo com o médico Dr. Iuri Santana, investigador do ETICA e líder do ensaio no estado, "este estudo representa um avanço significativo na luta contra o câncer de pele e pode abrir caminho para a aprovação de um tratamento inovador."

O foco são pacientes com carcinoma escamocelular localmente avançado, candidatos a cirurgia. Eles serão tratados com imunoterapia já aprovada, o pembrolizumabe, isolado ou combinado à vacina experimental V940, em um cenário neoadjuvante, ou seja, antes da cirurgia. A expectativa é que essa combinação reduza o tamanho dos tumores, facilitando a cirurgia e aumentando as chances de cura.

Os interessados deverão passar por um processo de triagem realizado pelo ETICA. Pacientes provenientes do interior da Bahia terão custos de deslocamento cobertos.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil, com os tumores não melanoma representando 31,3% de todos os casos. Iniciativas como esta têm potencial para ampliar as opções terapêuticas e melhorar os índices de sobrevivência.

A inclusão de pacientes baianos no estudo reflete a importância da região no avanço de pesquisas científicas globais e reforça a necessidade de atenção contínua ao combate ao câncer.