Saúde

Hérnia de hiato pode comprometer qualidade de vida

Problema atinge até 60% de pessoas com mais de 50 anos e pode ser confundido com infarto

Hérnia de hiato pode comprometer qualidade de vida
Jacson Gonçalves

Jacson Gonçalves

24/10/2025 7:10pm

Foto Freepik 


Até 20% da população adulta convive com hérnia de hiato, condição em que parte do estômago atravessa o diafragma e invade o tórax. A incidência aumenta após os 50 anos, atingindo até 60% das pessoas nessa faixa etária, segundo dados da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos. No entanto, apenas 9% apresentam sintomas, o que torna fundamental estar atento aos sinais para identificar a condição.

Em casos mais graves, a hérnia de hiato provoca sintomas que afetam sono, alimentação e até o conforto com determinadas roupas. Em situações agudas, a dor torácica causada pela queimação pode levar o paciente ao pronto-socorro com suspeita de infarto, o que exige uma avaliação médica criteriosa para distinguir as causas.

Entre os fatores de risco estão obesidade, gravidez e atividades que envolvem esforço físico intenso. O envelhecimento também é determinante, já que reduz a elasticidade muscular e facilita o deslocamento do estômago.

Os sintomas podem incluir náuseas, dor abdominal e sensação de queimação. A endoscopia digestiva alta, manometria esofágica, radiografia com contraste e tomografia ajudam a estabelecer o diagnóstico, enquanto a ecoendoscopia alta permite uma avaliação mais detalhada da anatomia da região.

Nem todos os casos exigem cirurgia. Hérnias pequenas e sem sintomas podem ser controladas com medicamentos e mudanças no estilo de vida. Porém, em situações em que há complicações, como úlceras, estenoses ou risco de encarceramento do estômago, o procedimento cirúrgico pode se tornar necessário.

O impacto da hérnia de hiato no dia a dia vai além do desconforto físico. Refluxo, acidez estomacal e regurgitação são queixas frequentes e, quando persistentes, comprometem o sono, a alimentação e o bem-estar emocional. Em alguns pacientes, sintomas respiratórios como tosse crônica e rouquidão também estão associados à condição, o que reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico adequado.