Saúde

Fogos de artifício e pets: como proteger cães e gatos do estresse e dos riscos durante as festas

Fogos de artifício e pets: como proteger cães e gatos do estresse e dos riscos durante as festas
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

19/12/2025 3:05pm

Foto: Freepik

As festas de fim de ano costumam repetir um cenário preocupante para quem convive com animais de estimação. O aumento no uso de fogos de artifício provoca desconforto e sofrimento em muitos pets, já que o barulho dos rojões é uma das principais causas de estresse intenso em cães e gatos. As reações podem variar de crises de ansiedade a acidentes graves, como fugas e ferimentos.

A médica veterinária Lorena Sampaio, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Salvador (UNIFACS), explica que cães, gatos e até animais silvestres possuem sensibilidade auditiva muito superior à dos humanos, o que potencializa os efeitos negativos do som. “O barulho dos fogos é um estímulo súbito e extremamente alto, que aciona imediatamente o sistema de alerta dos animais. Essa ativação brusca interfere diretamente no comportamento e pode gerar riscos físicos e emocionais”, destaca.

As explosões podem desencadear ansiedade, medo intenso e a chamada resposta de luta ou fuga — um mecanismo fisiológico provocado pela liberação de hormônios que preparam o organismo para reagir ou escapar de uma ameaça. Entre os sinais mais comuns de pânico estão tremores, salivação excessiva, aumento da frequência cardíaca, dificuldade para respirar, tentativas desesperadas de fuga e até comportamentos de automutilação.

“São manifestações claras de pânico. Muitos animais desenvolvem fobias sonoras ao longo dos anos, o que pode comprometer de forma permanente o bem-estar e a qualidade de vida”, alerta a especialista.

Em situações de barulho intenso, a orientação é criar um ambiente seguro e acolhedor. Lorena Sampaio recomenda levar o animal para um local mais tranquilo da casa, fechar portas e janelas para reduzir o ruído e permitir que ele escolha onde se sentir mais protegido. “É importante que o tutor mantenha a calma e evite reforçar o medo com atitudes de desespero”, explica.

Recursos que aumentam a sensação de segurança, como coletes calmantes (a exemplo do Thundershirt), também podem ajudar. Além disso, cuidados básicos são essenciais para evitar fugas, como manter portões, portas e janelas bem fechados e nunca deixar o animal sozinho durante períodos de fogos.

“Deixar o pet desacompanhado pode agravar o pânico. Em eventos prolongados, o ideal é que ele esteja com alguém de confiança, que ofereça segurança e conforto”, orienta a veterinária.