Saúde

Cresce o número de pessoas com perda auditiva e especialistas apontam risco de subdiagnóstico

Às vésperas do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, especialistas alertam para avanços insuficientes na triagem e desigualdades regionais no acesso ao cuidado auditivo

Cresce o número de pessoas com perda auditiva e especialistas apontam risco de subdiagnóstico
Jacson Gonçalves

Jacson Gonçalves

09/11/2025 3:18pm

Imagem Reprodução feita pela IA


A poucos dias do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, celebrado segunda-feira (10), especialistas reforçam a necessidade de ampliar o diagnóstico precoce e o acesso à saúde auditiva no país. Em meio ao aumento dos casos e ao avanço tímido das políticas de prevenção, o cenário brasileiro  e especialmente o da Bahia ainda revela obstáculos históricos para o atendimento adequado de pessoas com perda auditiva.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,5 bilhão de pessoas convivem atualmente com algum grau de perda auditiva, sendo 430 milhões com surdez incapacitante. A projeção é ainda mais preocupante: até 2050, mais de 700 milhões poderão enfrentar deficiência auditiva severa. No Brasil, estimativas do Ministério da Saúde apontam 5,8 milhões de brasileiros afetados, enquanto a Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE, 2019) indica que 2,3 milhões já relatam grande dificuldade ou incapacidade total de ouvir.

Na Bahia, um estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) evidenciou disparidades importantes na cobertura da triagem auditiva neonatal. Embora o teste da orelhinha tenha avançado nos últimos anos, a cobertura ainda está abaixo da média nacional e distante da meta de universalização. A distribuição dos equipamentos também revela desigualdade regional: cerca de metade dos aparelhos de Emissões Otoacústicas e 60% dos de Potenciais Evocados Automáticos estão concentrados na macrorregião Leste, que inclui Salvador, limitando o acesso para cidades do interior.