Saúde

Caso importado de sarampo acende alerta para a vacinação contra a doença

Infectologista destaca que a imunização é o único caminho para prevenir e erradicar a doença, que pode ser transmitida de pessoa a pessoa pela via aérea

Caso importado de sarampo acende alerta para a vacinação contra a doença
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

21/02/2024 12:30pm

 Um caso importado de sarampo foi registrado no Brasil em dezembro de 2023 e acendeu um alerta importante sobre a necessidade de se manter as vacinas em dia. O caso foi registrado no Rio Grande do Sul e motivou um alerta do Ministério da Saúde, que recomendou que as pessoas que ainda não receberam o imunizante tomem a vacina recomendada para crianças a partir de 1 ano até adultos de 59 anos.  

Segundo a pasta, o caso está sendo acompanhado e não há novos registros da doença. Esse é o segundo registro no país da doença, que havia sido erradicada em 2016, nos últimos dois anos: o outro foi em 2022. Na Bahia, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), não há casos desde maio de 2020. 

O infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, destaca que a vacinação é o único caminho para prevenir e erradicar a doença, que pode ser transmitida de pessoa a pessoa, por via aérea, ao espirrar, tossir, falar e até mesmo respirar. “O sarampo é uma enfermidade causada por um vírus da família Paramyxoviridae, com alto potencial contagioso, mas que pode ser evitada por meio da imunização, que é eficaz e segura. Por isso, é importante vacinar, principalmente, as crianças. Uma das opções disponíveis é a tríplice viral, já que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. A primeira dose deve ser aplicada no primeiro ano de vida, com o reforço feito após 15 meses”, informa. 

O especialista ainda acrescenta que adolescentes, adultos e idosos não imunizados na infância ou que não tenham a certeza da imunização devem se proteger o quanto antes para prevenir a contaminação e possíveis casos graves. Para isso, há vacinas disponíveis no SUS – que aplicou, na Bahia, mais de 665 mil doses, de janeiro até o dia 18 de fevereiro – e na rede privada. “O Calendário Nacional de Vacinação oferece imunização para pessoas de 12 meses a 59 anos, sendo recomendadas duas doses até 29 anos e uma dose para indivíduos não vacinadas acima de 30 anos. Já o esquema da rede privada consiste em realizar a aplicação das duas doses a partir do primeiro ano de vida, sem limites, com intervalo mínimo de um mês entre elas”, afirma.   

Sintomas do sarampo 

Os primeiros sintomas do sarampo se assemelham aos de um resfriado comum ou da gripe, com a tosse seca, coriza, mal-estar intenso, inflamação nos olhos (que lembra conjuntivite) e febre maior que 38º C. O indício mais emblemático, no entanto, conforme explica o infectologista, é quando as pessoas apresentam manchas na pele, sem secreção, que aparecem entre 3 e 5 dias após a contaminação. Inicialmente, as lesões surgem no rosto e atrás das orelhas e se espalham, em seguida, pelo restante do corpo.  

“Devemos ficar atentos após o aparecimento das manchas, porque ela pode vir com a persistência da febre, apontando para uma possível gravidade da doença, principalmente em crianças menores de 5 anos”, informa Bastos, que acrescenta: “Há quem apresenta ainda outros sintomas, como os gastrointestinais (vômito e diarreia), neurológicas, que podem evoluir para uma encefalite (inflamação cerebral), e pulmonares, com uma pneumonia viral”.  

Outras vacinas disponíveis

Além da vacina tríplice viral, o Brasil disponibiliza outros imunizantes que previnem o sarampo: a dupla viral, que protege contra o vírus do sarampo e da rubéola e que pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto; e tetra viral, responsável por prevenir o vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).