Projeto propõe reconhecer Arrocha como Patrimônio Imaterial da Bahia

Foto: Arte / Divulgação

O Arrocha, gênero musical que marcou gerações com letras de amor, saudade e reencontros, pode em breve ganhar reconhecimento oficial como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia. A proposta foi apresentada pelo deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) à Assembleia Legislativa da Bahia e pretende fortalecer a preservação dessa expressão artística que nasceu nas periferias e conquistou o estado.

O estilo surgiu no final da década de 1990, especialmente em cidades do Recôncavo Baiano, inspirado na seresta e no brega romântico. Inicialmente difundido por CDs artesanais, rádios comunitárias e apresentações em praças públicas, o Arrocha rapidamente se tornou trilha sonora de festas populares e paredões, consolidando-se como um movimento genuíno da cultura baiana.

“Essa é uma música que nasceu do coração do povo e sobreviveu à resistência e à criatividade das comunidades periféricas”, afirma Hilton Coelho. “Reconhecê-la oficialmente é resgatar o respeito que tantos artistas e ouvintes merecem.”

Entre os nomes que ajudaram a consolidar o Arrocha estão Pablo do Arrocha, Nara Costa, Tayrone, Silvano Salles, Márcio Moreno e Nira Guerreira, artistas que contribuíram para difundir o ritmo e ampliar seu alcance em diferentes públicos.

De acordo com o parlamentar, a aprovação do projeto abrirá espaço para políticas públicas de preservação, promoção e fomento do gênero. “O Arrocha é parte viva da nossa história cultural. Ele emociona, gera emprego, movimenta a economia criativa e nos conecta com nossas raízes. Precisamos garantir que essa história siga sendo contada pelas próximas gerações”, reforça Hilton.

Se aprovado, o reconhecimento oficial do Arrocha se somará a outras expressões culturais já valorizadas como patrimônio da Bahia, reforçando o papel do estado como celeiro de manifestações artísticas autênticas e populares.