Foto: Reprodução Instagram @prada
A grife italiana Prada anunciou nesta quinta-feira (10) a aquisição da também italiana Versace por US$ 1,375 bilhão, incluindo dívidas. O negócio foi fechado com a Capri Holdings, conglomerado norte-americano que havia comprado a Versace em 2018, e marca um passo importante na consolidação da moda de luxo italiana frente aos gigantes franceses, como o LVMH.
A operação ocorre semanas após Donatella Versace anunciar sua saída da direção criativa da marca fundada por seu irmão, Gianni Versace, em 1978. A designer elogiou o acordo e disse confiar no futuro da grife nas mãos da família Prada. “Gianni e eu sempre admiramos profundamente Miuccia e Patrizio. Estou honrada em ver a Versace sob o comando de uma empresa familiar italiana tão respeitada”, declarou Donatella.
O presidente da Prada, Patrizio Bertelli, afirmou que o objetivo é preservar o legado da Versace, conhecido por sua estética ousada e barroca, ao mesmo tempo em que oferece uma base sólida para o crescimento da marca. “Acreditamos no potencial da Versace. A jornada será longa e exigirá disciplina e paciência”, disse o CEO Andrea Guerra.
A compra foi realizada por um valor consideravelmente inferior ao que a Capri Holdings pagou pela grife há seis anos: cerca de US$ 2,15 bilhões, já incluindo dívidas. Analistas atribuem o desconto à recente instabilidade dos mercados e ao recuo da demanda por artigos de luxo. A Prada financiou o negócio com 1,5 bilhão de euros em novos empréstimos.
Com a fusão, a Prada reforça sua posição no competitivo setor de luxo global, dominado por conglomerados franceses. Além da marca homônima, o grupo italiano é dono da Miu Miu e da tradicional Church’s.
Fundada em 1913, a Prada tem sua origem em uma loja de artigos de couro aberta em Milão pelo avô de Miuccia Prada. Já a Versace ficou marcada pelo estilo extravagante, com estampas inspiradas no barroco e pelo emblemático logotipo da Medusa.