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“Um livro que sangra”, revela Isis Valverde sobre sua nova coletânea de poemas

“Um livro que sangra”, revela Isis Valverde sobre sua nova coletânea de poemas
Ana Virgínia Vilalva

Ana Virgínia Vilalva

18/08/2025 6:03pm

Foto: Hick Duarte

Com o lançamento da coletânea, publicada pelo Citadel Grupo Editorial, Isis Valverde se reencontra com sua faceta literária e mostra-se uma autora capaz de transformar dores, desilusões, memórias familiares e inquietações existenciais em poesia sincera e delicada. O livro é dedicado à mãe da atriz, Rosalba Nable, que venceu o câncer de mama após um intenso tratamento em 2024.

Conhecida por papéis marcantes na televisão e no cinema, Isis revisita episódios pessoais e traduz em versos os laços que a constituem como filha, mãe, esposa e, acima de tudo, mulher real. “Escrevo quando a dor aperta ou quando a alegria transborda”, resume.

No prefácio, o escritor e jornalista Nelson Motta descreve Vermelho Rubro como “um compilado de confissões poéticas de uma jovem estrela pop que todos imaginam levar uma vida perfeita de Instagram”. A obra desconstrói esse mito, revelando os escombros e florescimentos de uma alma que não teme se expor.

Entre cicatrizes e florescimentos

Isis deixa claro que o livro não deve ser lido como diário íntimo, mas como travessia lírica entre realidade e ficção. A autora transita por temas universais: o medo da perda; a solidão após o fim de um ciclo; o anseio por um amor acolhedor; o envelhecimento do corpo e da alma e a memória afetiva da infância em Aiuruoca, sua cidade natal em Minas Gerais

Mais que lamento, os poemas funcionam como exercício de cura. “Ao escrever, reencontro a essência da arte: tocar o outro com o que há de mais verdadeiro”, afirma.

A intensidade do vermelho

Com título inspirado na cor que evoca sangue, dor e vitalidade, Vermelho Rubro convida à vulnerabilidade e à aceitação da beleza imperfeita. Nos versos, Isis transborda intensidade:

“Hoje, estou amando como nunca amei antes na vida.
Então, acredito ainda mais que atraímos o que emanamos.
Minha intensidade vibra de alegria.
Infla meu peito.
Plantei amor.
Reguei com lágrimas.
E floresci.”
(Vermelho Rubro, p. 23)

Assim, a atriz e escritora entrega ao público um livro que não apenas sangra, mas também pulsa, feito coração vivo, capaz de transformar dor em poesia e fragilidade em força.