Foto: Hick Duarte
Com o lançamento da coletânea, publicada pelo Citadel Grupo Editorial, Isis Valverde se reencontra com sua faceta literária e mostra-se uma autora capaz de transformar dores, desilusões, memórias familiares e inquietações existenciais em poesia sincera e delicada. O livro é dedicado à mãe da atriz, Rosalba Nable, que venceu o câncer de mama após um intenso tratamento em 2024.
Conhecida por papéis marcantes na televisão e no cinema, Isis revisita episódios pessoais e traduz em versos os laços que a constituem como filha, mãe, esposa e, acima de tudo, mulher real. “Escrevo quando a dor aperta ou quando a alegria transborda”, resume.
No prefácio, o escritor e jornalista Nelson Motta descreve Vermelho Rubro como “um compilado de confissões poéticas de uma jovem estrela pop que todos imaginam levar uma vida perfeita de Instagram”. A obra desconstrói esse mito, revelando os escombros e florescimentos de uma alma que não teme se expor.
Entre cicatrizes e florescimentos
Isis deixa claro que o livro não deve ser lido como diário íntimo, mas como travessia lírica entre realidade e ficção. A autora transita por temas universais: o medo da perda; a solidão após o fim de um ciclo; o anseio por um amor acolhedor; o envelhecimento do corpo e da alma e a memória afetiva da infância em Aiuruoca, sua cidade natal em Minas Gerais
Mais que lamento, os poemas funcionam como exercício de cura. “Ao escrever, reencontro a essência da arte: tocar o outro com o que há de mais verdadeiro”, afirma.
A intensidade do vermelho
Com título inspirado na cor que evoca sangue, dor e vitalidade, Vermelho Rubro convida à vulnerabilidade e à aceitação da beleza imperfeita. Nos versos, Isis transborda intensidade:
“Hoje, estou amando como nunca amei antes na vida.
Então, acredito ainda mais que atraímos o que emanamos.
Minha intensidade vibra de alegria.
Infla meu peito.
Plantei amor.
Reguei com lágrimas.
E floresci.”
(Vermelho Rubro, p. 23)
Assim, a atriz e escritora entrega ao público um livro que não apenas sangra, mas também pulsa, feito coração vivo, capaz de transformar dor em poesia e fragilidade em força.